Pneus que se autoconsertam estão a caminho

Pela primeira vez, químicos conseguiram fabricar uma borracha própria para uso em pneus sem o processo de vulcanização, que tem sido essencial para a fabricação dos pneus infláveis desde a sua invenção, nos anos 1920.

A vulcanização envolve a adição de enxofre ou outros compostos para tornar a borracha mais durável mantendo sua elasticidade – durante o processo, as cadeias poliméricas se unem por ligações covalentes.

O problema é que qualquer objeto cortante ou perfurante vai estragar o pneu e exigir um reparo que, ainda que permita que o pneu volte a rodar, nunca lhe dará de volta sua resistência original. 

Já existem diversas versões autocicatrizantes de borrachas e polímeros em geral, mas nenhum deles havia alcançado a estabilidade necessária para a fabricação de pneus.

Utilizando um novo processo simples, que evita completamente a vulcanização, os pesquisadores modificaram quimicamente uma borracha comercial para produzir um material durável e elástico que se autoconserta.

Agentes de ligação

Embora o processo possa ser acelerado aquecendo o pneu a 100º C por 10 minutos, a resistência máxima foi recuperada em estado de repouso depois de 8 dias, quando a borracha resistiu a uma tensão de 754 libras por polegada quadrada.

Os pesquisadores afirmam que o material poderia ser ainda mais reforçado pela adição de agentes de ligação, como a sílica ou o negro de fumo.

Bibliografia:

Ionic Modification Turns Commercial Rubber into a Self-Healing Material
Amit Das, Aladdin Sallat, Frank Böhme, Marcus Suckow, Debdipta Basu, Sven Wiebner, Klaus Werner Stöckelhuber, Brigitte Voit, Gert Heinrich
ACS Applied Materials & Interfaces
Vol.: 7 (37), pp 20623-20630
DOI: 10.1021/acsami.5b05041

Autor: Inovação Tecnológica