Poli/USP deve instalar unidade anexa à Aramar

A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), em parceria com a Marinha do Brasil (MB), está a um passo de instalar, em Iperó (a 15 quilômetros de Sorocaba), uma unidade para ensino e pesquisa nas áreas de Engenharia Nuclear, de Materiais e de Computação. A ideia é que a instalação seja próxima ao Centro Experimental Aramar (CEA) – centro de pesquisas inaugurado pela Marinha em 1988 para a construção do primeiro submarino nuclear brasileiro.

A informação foi transmitida com exclusividade ao Jornal Cruzeiro do Sul na última semana. Segundo o vice-diretor da Poli/USP, José Roberto Castilho Piqueira, o termo de cessão de uso do terreno da Marinha para a USP deverá ser assinado até o final deste ano. A construção dos prédios envolverá espaços para salas de aula, laboratórios de ensino e pesquisa, além de moradias estudantis. O montante de investimentos ainda não foi anunciado, porém a previsão para o início das obras está marcada para meados de 2012. “Neste momento é um pouco difícil falar da ordem de grandeza dos investimentos. Os números só poderão ser definidos quando fixarmos a quantidade de vagas e as estruturas curriculares”, afirma Piqueira.

De acordo ainda com o vice-diretor, a proposta de criar o curso já estava nos planos desde 2008. “O curso de Engenharia Nuclear já estava sendo pensado, em parceria com a Marinha e o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), há cerca de três anos. As ideias, agora, ganharam corpo e o apoio da nova Reitoria da USP e da Diretoria da Poli”, completa. Segundo ele, a Poli não iniciará o curso sem laboratórios de pesquisa associados. “Somos uma universidade tecnológica e não acreditamos em ensino sem pesquisa. Esperamos ter por volta de 60 alunos por turma, em regime de dedicação integral”, ressalta. A direção da instituição acredita que a primeira turma de alunos possa ser iniciada no primeiro semestre de 2013. Com a unidade, a Poli/USP passa a ser a segunda instituição de ensino superior do país a oferecer o curso de graduação em engenharia nuclear. No Brasil, no ano passado, a Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Poli/URFJ) foi a primeira a implantar a nova graduação.

Ainda segundo Piqueira, a instalação do curso em Iperó foi pensada para atender à demanda de profissionais nessa área no Brasil. “O engenheiro a ser formado é necessário para o país, como um todo. Para a região, contribuirá decisivamente na área médica e farmacológica. Espera-se, também, que a indústria de materiais, já forte na região, tenha, ainda, maior impulso”, comenta.

Autor: Cruzeiro do Sul