Pesquisadora produz vitamina de baixo custo para desnutrição

A produção de um tipo de vitamina em pó formulada com frutas desidratadas e liofilizadas está sendo testada pela estudante Roberta Daiane Ribeiro, aluna do 10º período de Engenharia de Alimentos da Fazu, sob orientação da professora do curso, Daniela Peres Miguel. A finalidade é criar uma alternativa de baixo custo para combater a desnutrição. 

A pesquisa da estudante Roberta Ribeiro faz parte do trabalho de conclusão de curso com o objetivo de desenvolver vitamina pronta para ser dissolvida em água ou leite e que possa ser consumida tanto por crianças como por adultos. “Cerca de um bilhão de pessoas passam fome e, se pensarmos que esse número representa quase 20% da população mundial, é um dado grave. Desse total, aproximadamente 30% são crianças e muitas delas acabam se desenvolvendo inadequadamente. Crianças mal alimentadas não crescem e não se desenvolvem bem na escola. Em Uberaba também há crianças em situação de risco alimentar e foi com base nesses dados que procurei utilizar matérias-primas disponíveis para produzir essa vitamina”, destaca. 

Ainda segundo a pesquisadora, a vitamina pretende ser uma forma complementar à alimentação balanceada. Cerca de 60 pessoas participaram da análise de aceitação da vitamina. “Já existe o projeto de uma vitamina enriquecida feita no Sri Lanka, só que a formulação dela é diferente, possuindo batata e milho, sem frutas, o que a tornaria mais difícil de agradar ao paladar de crianças. Com base nisso, a minha intenção foi buscar uma formulação mais brasileira, utilizando frutas produzidas aqui e de baixo custo”, explica a estudante de Engenharia de Alimentos. 

Para Roberta Ribeiro, se uma Prefeitura quiser implementar a vitamina em seu município, poderá adquirir frutas, como bananas e maçãs maduras, de varejões ou do Banco de Alimentos, como existe em Uberaba. Poderá adquirir o okara, uma massa/resíduo do grão de soja após o processamento do extrato para a produção do leite de soja, que também é produto sem custo. “Utilizando esses materiais considerados resíduos, é possível produzir tranquilamente uma vitamina enriquecida com vitaminas, minerais, proteínas e carboidratos”, esclarece. 

A proposta será defendida para a banca examinadora, no dia 27 de maio, após resultado de análises fisicoquímicas e microbiológicas para medir a porcentagem de proteínas, gorduras, fibras e carboidratos presentes em quantidade definida do composto. “Serão feitos cálculos de rendimento e custos para a possibilidade de apresentar a proposta à Prefeitura de Uberaba e demais órgãos interessados”, completa Roberta.

Autor: JMOnline