NA MÍDIA – Especialistas apontam causas de alagamentos em SP

A cidade de São Paulo viveu, nesta terça-feira, um dia de caos, com chuva intensa e estado de atenção durante dez horas, sofrendo com a grande quantidade de alagamentos. Foram registrados bloqueios das marginais, interdições de rodovias, deslizamentos de terra com mortos e quilômetros de vias paradas. A cidade teve mais de 14 horas de chuva contínua e todo mundo sofreu de alguma forma as consequências do temporal.

Mas a tragédia foi bem maior para algumas famílias, que perderam os parentes soterrados por deslizamentos de terra. Seis pessoas morreram entre ontem e hoje: em Santana do Panaíba, as vítimas foram quatro irmãos, com idades entre 7 e 18 anos. Na cidade de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, uma mulher de 57 anos morreu após sua casa desabar e, na Zona Leste de São Paulo, um homem morreu depois de ser atingido por um deslizamento de terra.

O dia foi complicado para o paulistano, que enfrentou o maior volume de chuva em um único dia desde 2006. O transbordamento dos rios Tietê e Pinheiros bloqueou partes das pistas das marginais, que, em alguns trechos, ficaram totalmente debaixo d'água. O congestionamento causou reflexo por toda a cidade e as pessoas ficaram retidas, sem conseguir chegar em casa ou ao trabalho.

Até os aviões ficaram no meio da água, no Campo de Marte, na zona Norte, porque a água inundou as pistas e os hangares. Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, afirmou que a responsabilidade pelos alagamentos é do “volume muito acima do normal” de chuva em algumas regiões. Ele disse ainda que os piscinões de Aricanduva e Pirajussara funcionaram bem e mostraram que estão limpos, assim como os bueiros.

Na manhã de hoje, o prefeito argumentou que áreas que normalmente alagavam não encheram de água. Por sua vez, o coronel Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil da capital, explicou que a cidade de São Paulo tem quinhentos e sessenta e dois setores de risco, destacando ainda que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas está atualizando as informações sobre os locais de maior perigo.

Já nas primeiras horas do dia, o Jornal da Manhã trouxe as principais vias com problemas e as explicações do poder público. A Secretária Estadual de Energia e Saneamento do Estado de São Paulo, Dilma Pena, deu os primeiros esclarecimentos. Durante todo o dia, a Jovem Pan informou, prestou serviço e ouviu especialistas sobre os problemas na cidade.

O arquiteto e urbanista da USP Nabil Bonduki disse que o caos de hoje é um reflexo de erros históricos na administração da cidade. O engenheiro de trânsito e consultor Jovem Pan, Luis Célio Botura, também emitiu seu parecer sobre o caos em São Paulo, considerando que ações planejadas são necessárias para que os erros não aconteçam novamente.

O engenheiro e professor aposentado da USP Julio Cerqueira Cesar Neto, ex-presidente da Fundação Agência da Bacia do Alto Tietê, ressaltou os problemas na calha do Rio Tietê, afirmando ainda que piscinões são necessários na Grande São Paulo. O engenheiro lembrou que, dos 134 piscinões necessários, foram construídos apenas 43, ressaltando ainda que os fundos dos rios precisam ser desobstruídos.

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Autor: Rádio Jovem Pan