Conselho de Infra-estrutura da Fiesp discute soluções logísticas para o Brasil

O Conselho Superior de Infra-Estrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) reuniu-se hoje com o diretor do Departamento Hidroviário de São Paulo, Oswaldo Francisco Rossetto Jr., que falou sobre o projeto da Hidrovia Tietê-Paraná, e com o presidente da LLX Logística, Ricardo Antunes, que fez uma apresentação sobre o Porto Brasil.

Rossetto pediu apoio para que o sistema hidroviário comece a receber a atenção que merece, e ressaltou as inúmeras vantagens das hidrovias quando comparadas aos sistemas rodoviário e ferroviário. “As hidrovias são extremamente seguras como vias de transporte, além de ambientalmente mais interessantes: elas são altamente eficientes do ponto de vista energético e suas emissões de Dióxido de Carbono são cerca de seis vezes menores do que nas rodovias”, observou. “Mas, apesar de sua importância e do grande potencial do setor, os investimentos previstos para os próximos quatro anos são de apenas 170 milhões de reais”.

De acordo com Rossetto, entre as principais cargas potenciais que poderão ser atendidas pela Hidrovia Tietê-Paraná, incluem-se insumos agrícolas, madeira e celulose, açúcar e álcool, petroquímicos e combustíveis e grãos, farelos e óleos vegetais. “Há várias usinas sucroalcooleiras instaladas na rota das hidrovias”, ele informou.

Porto Brasil
Ricardo Antunes, da LLX Logística (empresa do grupo EBX), falou sobre o Projeto Porto Brasil, que será instalado em Peruíbe, no litoral paulista, a 70 Km de Santos. Um dos maiores empreendimentos logísticos privados do país, o Porto Brasil ajudará a suprir uma das principais deficiências em infra-estrutura do País. Com investimentos de 6 bilhões de reais da LLX, o Porto terá 11 berços de atracação com 18,5 m de calado – o suficiente para receber os super contêineres, que hoje nenhum porto brasileiro é capaz de comportar.
O Porto Brasil terá uma zona industrial contígua, com 1.900 hectares para abrigar indústrias, depósitos e serviços. “Ao se instalarem na zona portuária, essas empresas terão grande vantagem competitiva”, ressaltou Antunes, lembrando que os investimentos destas empresas no local estão estimados em 20 bilhões de reais. “Também há uma expectativa de investimentos da ordem de 1 bilhão de reais para recapacitar a malha ferroviária que liga Corumbá até o Porto Brasil”, declarou.

A expectativa é que passem anualmente pelo Porto Brasil cerca de 20 milhões de toneladas de minério de ferro, 7,5 milhões de metros cúbicos de granéis líquidos, 29 milhões de toneladas de granéis agrícolas e 10 milhões de toneladas de fertilizantes. Antunes destacou que “a melhoria logística se reflete na redução dos custos de importação e exportação”.

Antunes fez questão de enfatizar que todos os empreendimentos da LLX são comprometidos com a responsabilidade social e ambiental. “Além de cumprirmos o que determina a lei, como é nossa obrigação, também desenvolvemos programas extras, como o de controle de poluição e da qualidade da água, de redução de impactos e de monitoramento da fauna”, disse Antunes. “Todos os nossos projetos são sustentáveis”, salientou. Na área social, ele deu exemplos de programas como os de comunicação social e educação ambiental, de apoio às populações atingidas e de qualificação da mão-de-obra regional.

Autor: Indusnet Fiesp – Sílvia Lakatos