Tubos de creme dental reciclados são transformados em material para construção civil

A reciclagem é realizada com a trituração do material que contém alumínio e pode ser utilizado em diferentes finalidades

Imagem: Dicas Online

Entre os diferentes materiais que utilizamos e que levam décadas, e até mesmo séculos, para se decompor, estão mais exemplos para além dos canudinhos de plástico ou das garrafas PET. Já parou para pensar em quanto tempo é necessário para a decomposição dos tubos de creme dental? A resposta é: até 450 anos! Por esse motivo, e também pelas características do material, os tubos de pasta de dente são reciclados e se transformam em diferentes elementos como móveis, armários e até telhas.

Imagem em primeiro plano de uma pasta de dente
Imagem: eCycle

Em São Paulo, por exemplo, há empresas que trabalham diretamente com a reciclagem dos tubos de pasta de dente. Formado por plástico (75%) e alumínio (25%), o material apresenta características como flexibilidade e resistência ao fogo, que proporcionam a transformação dos tubos em diferentes móveis e utensílios, como lixeiras, vasos e até armação de óculos e casinhas de cachorro. Para se ter uma ideia, para produzir uma lixeira são necessários 2.500 tubos de creme dental.

 

Imagem de lixeiras ecológicas fabricadas de tubos de pasta de dente
Imagem: SOS Planeta

A possibilidade de utilização deste material tem chamado a atenção de quem trabalha com móveis, como cadeiras, mesas e armários, mas também de quem trabalha na construção civil. Isso porque a partir das embalagens do creme dental podem ser criadas as telhas ecológicas, que apresentam diversas vantagens frente a outros tipos de telhas, como a flexibilidade e resistência já citadas anteriormente, e o fato de terem bom isolamento térmico e não serem produzidas a partir de resíduos e produtos que possam poluir o meio ambiente.

O processo de reciclagem dos tubos de creme dental

Primeiramente os tubos de creme dental passam pelo processo de trituração. Na sequência os pedaços são lavados e, para a secagem completa, são inseridos em um forno, onde são fundidos a altas temperaturas (em torno de 200°C) e misturados a um tipo de resina específico, quando passam ao formato de placas que serão o material necessário para a criação dos móveis e outros objetos.

 

Imagem de talhe fabricada a partir de tubos de pasta de dente
Imagem: Eco Design

No caso das telhas, é necessário lembrar ainda que depois de produzidas a partir dos tubos de pasta de dente, as mesmas podem ser novamente recicladas, gerando um novo reaproveitamento.

A utilização dos tubos de pasta de creme dental faz parte da chamada “economia circular” em que, como na natureza, tudo que é descartado se transforma e é reaproveitado. Há diferentes empresas que trabalham diretamente com a reciclagem, e em São Paulo podem ser citadas a Ecotop, em Barueri, a Ecofour, em Santo André, e a Metagreen, em Santa Bárbara d’Oeste.

Apesar do consumo de energia mais alto, com os resultados com as telhas mais resistentes e os demais objetos fabricados o processo de reaproveitamento compensa nas três vertentes: social, ambiental e financeira. Mas há ainda muitos desafios, como justamente a alocação de recursos para tais ações, busca de patrocínio em programas de reaproveitamento, entre outros exemplos. Mas as possibilidades têm aumentado, e vale lembrar ainda que a embalagem de papel, que envolve os tubos, é também reciclável.

 

Vasos de plantas fabricados a partir de tubos de creme dental, acoplados na parede
Imagem: Luciana Almeida/Organics News Brasil

Mas aonde posso descartar os tubos de creme dental?  

Há ainda a necessidade – e a possibilidade – de crescimento das ações voltadas à reciclagem como um todo, principalmente dos tubos de pasta de dente. Mas para os moradores da cidade de São Paulo, conforme divulgação a partir do Jornal Metro, já há alguns pontos que recebem as embalagens para reciclagem, veja só!

  • Unibes Cultural

Rua Oscar Freire, 2.500. Sumaré

  • Conjunto Nacional

Avenida Paulista, 2073. Consolação

  • Hipermercado Bergamini

Av. Luís Stamatis, 431. Jaçanã

  • Instituto Sorrir para a Vida

Rua Cônego Eugênio Leite, 442. Pinheiros

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Referências: EcyclePequenas Empresas e Grandes Negócios, Jornal Metro (Ed. Nº 2815, de 16/07/2018)

Fonte Blog da Engenharia