Secretário de Projetos Estratégicos do governo paulista explica como pretende repovoar o Centro de SP

José Eduardo Jardim, presidente do IE, e os conselheiros e ex-presidentes do IE, José Roberto Bernasconi e Eduardo Lafraia, prestigiaram a palestra de Guilherme Afif Domingos

O secretário de Projetos Estratégicos do Estado de São Paulo Guilherme Afif Domingos defendeu que o sucesso de um plano de revitalização do Centro de São Paulo esbarra na questão da habitação.

“Precisamos dar vida pulsante ao Centro, investir em habitação e reforçar a segurança para incentivar as pessoas a morarem na região”, disse Afif, durante palestra realizada pelo Comitê de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), coordenado por Antonio Carlos Pela.

Ele reforçou que há uma geração de jovens que não faz questão de ter automóvel, aprecia a mobilidade oferecida pelo Centro da cidade, mas tem receio de morar na região pela falta de segurança.

Mais prédios públicos, escritórios ou lojas com horário comercial para abrir e fechar não são suficientes para a revitalização dos centros das grandes cidades, na visão do secretário.

Não sem razão, o projeto de transferência da sede administrativa do governo estadual para a região de Campos Elíseos inclui um plano habitacional no entorno, desenhado dentro das regras do plano diretor da cidade.

A ideia do governo é levar para a região da Cracolândia 27 secretarias, onde trabalham cerca de 22 mil funcionários, e construir seis mil moradias.

De acordo com Afif, o remanejamento do patrimônio do Estado pensado pelo governo deve trazer uma economia de R$ 200 milhões por ano em custos administrativos e maior racionalidade dos espaços.

Com um custo estimado de R$ 3,9 bilhões, sendo R$ 500 milhões em desapropriações, o projeto só vai começar a sair do papel depois da realização de um concurso público de arquitetura.

Na semana passada, o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, assinaram uma Declaração de Utilidade Pública (DUP) de imóveis públicos e privados localizados na área que deverá ser ocupada pelo novo centro administrativo. A medida é válida por cinco anos e é necessária para viabilizar o projeto.

A Prefeitura também já enviou projeto de lei para doar ao Estado o complexo que abriga o Terminal Princesa Isabel, situado na alameda Glete, atrás da praça Princesa Isabel.

MARCO HISTÓRICO

O CPU preparou um histórico sobre todas as iniciativas governamentais de revitalização do Centro de São Paulo. O material foi apresentado antes da palestra do plano de transferência de sede administrativa do governo.

O presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, destacou que o projeto do governo estadual, assim que sair do papel, será um marco histórico para a cidade de São Paulo. “Nenhuma capital do mundo pode desprezar o seu Centro”, resumiu.

Com Informações Diário do Comércio