A engenharia virada do avesso

Nada de “Cálculo 1” no primeiro ano. O ensino de engenharia seria todo feito em torno de projetos práticos. O professor pede que o calouro faça, digamos, uma garrafa inquebrável. O aluno não sabe como, mas vai pesquisar e descobrir. Assim, aprenderá os cálculos – e, mais importante, a buscar soluções sozinho. A ideia parece boa, faltava saber se funciona.

O formato, que surgiu na Olin College, de Boston, inspirou, no início de 2015, a criação do novo curso de engenharia do Insper, em São Paulo. Os primeiros resultados são animadores.

No final do ano, a Olin, com pouco mais de 300 alunos, tornou-se uma das 20 faculdades mais disputadas dos EUA. Ela ocupou a 14ª posição de uma lista quase toda preenchida por nomes como Harvard e Stanford. No Insper, dos 90 alunos que ingressaram no primeiro ano, só oito desistiram, uma taxa de evasão de 8,8%. Em média, cursos de engenharia têm 55% de desistência, quase a metade no primeiro ano. O primeiro vestibular do Insper teve 370 inscritos. O atual contou mais de 800. “O melhor é ver o que os alunos são capazes de fazer depois de só um ano de estudo”, diz Carolina da Costa, diretora do Insper.

Autor: Época Negócios