A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é utilizada na análise de possíveis impactos ambientais, desde a extração da matéria prima até a fabricação e utilização dos produtos finais, neste caso, dos materiais de construção. Com o estudo, abre-se uma possibilidade na área da construção de edificações habitacionais, a partir de uma avaliação dos materiais com base na realidade e especificações brasileiras, uma vez que as características dos materiais não são as mesmas em diferentes países.
Entre os doze insumos de construção pesquisados no projeto do IPT estão o bloco de concreto, o bloco cerâmico, argamassa, tinta acrílica, estrutura de madeira para telhado e a telha cerâmica. O Instituto é o responsável por avaliar a qualidade das matérias-primas utilizadas na construção civil e por dar apoio tecnológico à exportação de materiais.
Foto: Felipe Gusinski/Cohapar
A ACV representa um método importante de seleção de materiais conforme critérios ambientais rigorosos e adaptados ao contexto brasileiro, como destaca Fernanda: “Apesar de ser usada, por exemplo, em programas da Comunidade Europeia que exigem a Declaração Ambiental de Produto (DAP) dos itens a serem comercializados, a ACV está começando a ganhar espaço no Brasil, inclusive no setor da construção civil, um segmento que impacta muito o meio ambiente. O IPT está participando das discussões com o Inmetro, além de integrar outros fóruns técnicos.”
O trabalho para analisar o ciclo de vida de materiais utilizados na construção civil vem sendo realizado em duas etapas. Na primeira, é feito um levantamento em bancos de dados internacionais, para a verificação posterior das análises necessárias, adaptadas ao cenário brasileiro. Na segunda fase, são feitas visitas técnicas às fábricas de materiais de construção no país, de forma a analisar itens como o consumo de energia e de água que compõem o inventário de ciclo de vida da cada produto. Cada inventário é então inserido em um software, em que serão calculados os impactos ambientais do material.
O objetivo essencial do projeto é reduzir os cinco impactos determinados pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), que são a emissão de gás de efeito estufa, o consumo de água, de energia, de recursos naturais e a geração de resíduos.
Autor: Blog da Engenharia