Seu criador, Askwar Hilonga, usou nanotecnologia e areia para desenvolvê-lo e disse à BBC que a invenção pode ajudar 70% das residências do seu país, que não têm acesso a água potável.
O prêmio, no valor de US$ 38,3 mil (R$ 115 mil), foi conferido pela Royal Academy of Engineering, que reúne profissionais de engenharia do Reino Unido.
A instituição busca auxiliar engenheiros da África Subsaariana a desenvolver negócios capazes de resolver problemas da região.
“Essa inovação pode mudar a vida de muitas pessoas na África e ao redor do mundo”, disse o juiz Malcom Brinded, líder do comitê de avaliação da premiação.
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A tecnologia, segundo Hilonga, consiste na habilidade manipular nanomateriais para remover elementos contaminantes específicos (como cobre ou bactérias), dependendo de qual for a fonte da água.
O cientista explica, em um vídeo no YouTube publicado em 2014, que outras resinas podem remover até 97% dos microorganismos, mas que seu objetivo ao produzir um filtro com nanotecnologia era atingir um índice de 99,99%.
Sua família sofria regularmente com doenças relacionadas à água contaminada durante sua infância no interior da Tanzânia. Então, quando ele se formou em seu pós-doutorado em nanotecnologia na Coreia do Sul, passou a analisar este tipo de material para purificar água.
O filtro já foi patenteado por seu criador. “A areia retém detritos e bactérias, mas não remove contaminantes químicos e metais pesados, então, usei nanomateriais para fazer isso”, disse Hilonga.
O inventor diz que seu filtro custa atualmente US$ 130, mas, com o prêmio, esse custo poderá ser reduzido com a compra de materiais em maior escala.
“Para quem não pode pagar por um filtro, criamos estações onde as pessoas podem comprar água a um preço acessível.”
Autor: BBC