Redução do consumo de água em um condomínio de classe média – Estudo de caso

Tomemos por base um condomínio de classe media localizado nos Jardins com 17 andares e 34 apartamentos sendo dois por andar: 

O prédio é habitado por cerca de 100 pessoas incluindo moradores e funcionários. Cada apartamento possui 4 banheiros completos. Não possuímos piscina no prédio.
A média de consumo (em metros cúbicos) do condomínio no período de fevereiro/2013 a janeiro/2014 foi de 1127m3. Desta forma, a meta com redução de 20% no consumo foi estabelecida pela Sabesp em 902m3. 

Graças à colaboração de todos, desde setembro passado o consumo de água do condomínio tem diminuído de forma consistente até janeiro deste ano, quando experimentou ligeira alta. Entretanto, desde novembro o consumo ficou abaixo da meta, possibilitando ao condomínio usufruir do desconto de 30% nas contas. Além da economia decorrente da diminuição do consumo (vide gráfico), os descontos obtidos até março de 2015 somaram R$4.575,25. 

Considerando-se o mês de março, nosso prédio gastou em 2014, 1064 m3, enquanto em 2015 o consumo foi de 790 m3. Isto equivale, respectivamente, a 31 e a 23 m3/apartamento.mês ou uma redução de 39%. 

A título comparativo, de acordo com pesquisas da Sabesp o consumo de água neste mesmo mês nos bairros Jardins foi de 15 m3 caindo 24.4% em relação à março de 2014 quando o gasto médio foi de 19.8 m3. Em toda a cidade, contudo, o gasto médio por domicílio foi de 28.8%. Estes dados levam em conta também o consumo comercial e de serviços nesta região. 

Mas o importante é ressaltar que existe uma grande margem para redução do consumo de água não somente em residências mas também em estabelecimentos industriais e de serviços a partir da adoção de medidas de cunho sustentável. 

Como ajuda para o esforço de redução de consumo em nosso prédio algumas sugestões propostas com base nas diretrizes de economia de água da Sabesp foram afixadas nos elevadores à disposição dos moradores. 

Dentre estas, destacam-se as seguintes “dicas”: 

“Tendo em vista que nas residências, a maior utilização de água se deve aos banhos, cujo consumo é de 6 litros por minuto (Um banho de 10 minutos consome 60 litros de água), sugere-se que o tempo do chuveiro em funcionamento seja reduzido em pelo menos 20%; 

Como a descarga com válvula Hidra com acionamento de 6 segundos consome 14 litros de água sugere-se acioná-la apenas para os esgotos cloacais utilizando-a parcimoniosamente no caso de outros rejeitos (líquidos); 

No caso de uma máquina de lavar de 5kg o ciclo completo de lavagem consome 185 litros de água. Como economia, sugere-se que se limite o uso para no máximo 3 vezes por semana e apenas quando estiver cheia; Ao lavar roupa no tanque, a torneira deve ser mantida fechada enquanto ensaboa e esfrega. A economia a cada 15 minutos é de 270 litros”. 

Nos condomínios, particularmente, apenas a conscientização dos moradores mercê a um pequeno esforço já foi suficiente para a redução do consumo de água que poderá ser ainda maior com a adoção de medidas de economia e até de reuso de águas pluviais desde que com finalidades não potáveis. 

Por outro lado, não se justifica que condomínios residenciais promovam o aproveitamento das chamados águas cinzas como água de reuso mesmo para fins não potáveis devido aos riscos à saúde além do que os sistemas de tratamento mesmo aqueles ditos compactos exigiriam custosas e complexos esforços de operação e manutenção difíceis de serem suportados por condomínios principalmente os residenciais.