Livro – Ponte Estaiada construção de sentidos para São Paulo

O que podemos dizer de uma ponte que, além de seu nome oficial Ponte Octavio Frias de Oliveira, recebeu vários outros codinomes da população? Foi chamada de Ponte Estragada, Estilingão, Bridge Globeleza, Ponte Frias, Ponte “X” da Xuxa e, finalmente, apenas Ponte Estaiada, como é chamada até hoje. Inaugurada em 10 de maio de 2008 e já com tanta história para contar. O livro Ponte Estaiada: construção de sentidos para São Paulo, de Luciana Rossi Cotrim, tem o objetivo de contar essas histórias da Ponte Estaiada. Com patrocínio da Enescil Engenharia Estrutural, empresa que projetou a ponte, e editado pela Estação das Letras e Cores, o livro foi lançado no dia 3 de dezembro na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. 

O livro inicia com uma análise estética, simbólica e comunicacional da visibilidade da Ponte Estaiada, que com sua teia amarela, formada pelo mastro de 138 metros de altura e seus 144 estais, mostra uma tessitura de discursos sincréticos construídos por meio de diferentes linguagens, como a urbanística, arquitetônica, estética, midiática, mercadológica e social. A autora afirma que “a Ponte Estaiada ultrapassou sua função básica de permitir a circulação dos automóveis e, por meio dessas diversas linguagens, foram produzidos outros efeitos de sentido que a tornaram singular e emblemática na cidade de São Paulo”. 

O engenheiro Catão Francisco Ribeiro, responsável pelo projeto de engenharia da Ponte Estaiada e patrocinador do livro, disse que “o projeto das vias e do mastro estaiado em X foi uma inovação mundial e, por seus cálculos aprimorados, ganhou prêmios internacionais e se transformou em um elemento turístico dentro da cidade”. Mais que a questão do emblema turístico, o livro apresenta relatos colhidos em vários meios de comunicação e, a partir deles, empreende o exame dos significados de uma multiplicidade de ações midiáticas e de uma série de eventos ocorridos em suas pistas, mostrando que a Ponte Estaiada mudou a visualidade da região e o seu sentido para os habitantes da cidade. 

A Ponte Estaiada aparece em capas de revistas, guias e CDs, comerciais e anúncios publicitários, logotipos de instituições. Foi cenário do filme Ensaio sobre a cegueira, de Fernando Meirelles, do clipe da música “Sambas Urbanos”, de Rodrigo Pitta, além de palco de desfiles de moda Elle Summer Preview e local de uma intervenção urbana do artista Eduardo Srur, na qual uma carruagem foi colocada em seu mastro com o objetivo de discutir a mobilidade em São Paulo. Apresenta também muitas outras iniciativas inusitadas de grupos e cidadãos, como por exemplo a dança na época do Harlem Shack, a modelo que posa nua, a passeata que mudou o nome da ponte para Vladimir Herzog, a dupla fantasiada de Batman e Homem-Aranha, do movimento Loucos pela Paz, que fez rapel na ponte, e o rap “Ponte Estaiada vs Real Parque”, do rapper Marcelo Bbox. 

Todas essas ações mostram facetas desta cidade controversa que é São Paulo. O livro descortina essa rede emblemática formada pela Ponte Estaiada, que ao mesmo tempo que se impõe na visão aérea da cidade e, diariamente, invade milhares de residências paulistanas no telejornal diário SPTV, da Rede Globo, também é palco de muitas manifestações da população, como a de junho de 2013. Esses eventos demonstram os novos sentidos da ponte e os diferentes modos de se manifestar da população paulistana. O leitor comprovará que são histórias diferentes, divertidas e emocionantes que a Ponte Estaiada tem para contar. 

Ficha técnica
Título: Ponte Estaiada – construção de sentidos para São Paulo
Editora: Estação das Letras e Cores
ISBN: 978-85-60166-95-4
Páginas: 304
Formato: 20 X 25,5 cm colorido
Preço: R$ 98,00

Autor: Dino Visibilidade Online