As inovações da engenharia neutralizando os eventos perigosos da Lei de Murphy

O criador dessa lei foi o capitão da Força Aérea americana (EUA), e engenheiro aeroespacial Edward Murphy nos idos dos anos 1950.

A essência de uma das Leis de Murphy … “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.” Que é a de maior interesse para a engenharia.

Segundo nossa prática, explicando a ocorrência e a propagação de eventos perigosos, temos: – Se seu carro tem probabilidade de furar um dos quatro pneus, um deles furará, à noite, em plena tempestade, no pior engarrafamento, num local remoto e de alta periculosidade, seu celular estará descarregado, e o macaco e o estepe não estarão na mala, pois foram esquecidos no lava-jato, que você levou seu carro, para lavar pela manhã, e os lavadores os deixaram de colocar de volta na mala dele, pois foram assustados pela explosão de um bueiro, perto do posto … E, a lanterna que você usa, para estas ocorrências, estará com a lâmpada queimada (LBV).

Murphy não criou de fato a sua lei básica para aplicabilidade na engenharia. Ele apenas constatou que as probabilidades de eventos, associados ao desenvolvimento e inovações de novas tecnológias e no aprimoramento das tecnologias tradicionais, de gerarem erros, falhas, omissões, defeitos, acidentes, explosões e outras catástrofes, são grandes, quando grupos de engenharia, cientistas e construtores técnicos, forem os pioneiros e inovadores, sem terem tido o amadurecimento da aplicabilidade das teorias científicas.

No esoterismo os especialistas planetários revelam que as condições energéticas, a mecânica celeste, eletromagnéticas, a força da gravidade, força forte e força fraca criam na Terra um “positivismo” só de 35%.

Em cada 100 projetos novos ou coisas novas cerca de apenas 35% darão certo na primeira tentativa ou experimento.

Thomas Alva Edison precisou de mais de 2.000 experimentos para encontrar o material certo para o filamento da lâmpada incandescente … Muitas concepções são descobertas ao acaso. Todo o aparato científico de um experimento estava direcionado para encontrar X e termina-se encontrando Y, ou até Y e Z.

Há uma mônada ou entidade (potência espiritual ou divina?) que instrui a ciência e a engenharia humanas para a perfeição? Para encontrar um modo seguro de criar algo para uso humano controlado e seguro? À medida que o homem avança sobre as fronteiras do desconhecido?

O próprio Murphy dizia que se um evento, ou ação, tiver só dois modos de ser feito, alguém o fará pelo modo errado. Imaginemos se o evento tiver múltiplos graus de liberdade para ser induzido? De quantos modos iremos usar os caminhos errados até acertar com sucesso nosso objetivo técnico-científico?

Temos uma grande desvantagem em relação às inovações, e inventos, quando nosso ponto de partida inicia numa chance média geral, de dar certo, em 35% dos testes, experimentos e provas de desenvolvimentos. Teremos mais chances para errar em 65% do que acertar em 35%, quando a inovação tiver maiores complexidades e a nova tecnologia não tiver seu domínio pleno …

Foguetes (1), campo de atuação de Murphy e caças a jato …

“As pesquisas espaciais no Brasil começaram em 1961, por determinação do então presidente Jânio Quadros, impressionado que estava pelo lançamento do primeiro satélite construído pelo homem, o soviético Sputnik, em 1957. Desde então, o Brasil já investiu em seu programa espacial cerca de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,2 bilhões).” (2).

O programa brasileiro de lançamento de satélites através dos foguetes VLS – Veículos Lançadores de satélites brasileiros, em três eventos de lançamentos todos fracassaram: um em 1997, outro em 1999 e o último em 2003 (nem saiu do solo e ainda matou mais de 20 especialistas, na base de Alcântara no Maranhão).

“O Brasil também domina a tecnologia de foguetes de sondagem, menores que o VLS-1 e utilizados para missões suborbitais, capazes de lançar cargas úteis de experimentos científicos, normalmente usadas em pesquisas meteorológicas. Isso foi possível graças ao desenvolvimento da família Sonda, iniciado em 1965. Um grande passo nessa área foi dado em 1974, com a construção do Sonda IV – com 1 metro de diâmetro e cerca de 8 toneladas, foi o primeiro desses foguetes a ser autopilotado. Ao todo, já ocorreram mais de 220 lançamentos de unidades da família Sonda.” (2).

Portanto, no programa espacial do Brasil, as probabilidades de tudo dar tudo certo ocorreram em programa de lançamento de foguetes de pequeno porte. Mas, deu tudo errado em 100% nos lançamentos dos 3 VLS.

O salto no porte / tamanho de foguetes foi um salto no “quadrante do desconhecido” da Janela de JOHARI? (3)

Os programas da NASA (dos EUA) tiveram taxas de catástrofes quase na correspondência da Lei do Esoterismo “de chances para errar em 65% do que acertar em 35%”, no início dos projetos e programas.

E eles partiram do Know-how – conhecimento – dos cientistas alemães, capturados na 2ª Grande Guerra Mundial, comandados por Werner Von Braun, construtores dos foguetes V1 e V2 que molestaram Londres e região, muito embora entre os aliados, contra os nazistas, Itália e Japão, já houvesse especialistas em foguetes (1).

Ao longo dos anos (desde 1955 a 2012) o APRENDIZADO, em lidar com inovações, novas tecnologias, e com maiores complexidades de engenharia, fez inverter este padrão de taxas em favor da ciência, da tecnologia e da engenharia.

Hoje a NASA tem baixas taxas de acidentes, mas não conseguiu ZERAR ao longo de 60 anos … Falta alguma coisa para se chegar no ACIDENTE ZERO, e que se complica quanto mais se aproxima do “quadrante do desconhecido” da Janela de JOHARI? (3).

Seria isto um “determinismo” sobre o livre arbítrio da ciência e da engenharia? Ou seria isto uma FATALIDADE em se lidar com aspectos científicos da aplicação das teorias revolucionárias nas práticas da construção mecânica, elétrica, química, eletrônica, hidráulica, pneumática, biológica, metalúrgica, civil, nuclear e etc?

Embora se diga que a Lei de Murphy não explica nada, não justifica e nem se aplica controladamente, ela foi referenciada pela engenharia dos países com ciência avançada nas fronteiras do desconhecido.

Se estivermos num caminho desconhecido, e que não o dominamos tecnicamente, temos que desenvolver meios, métodos e técnicas capazes de manterem a segurança técnica, material, econômica, humana e ambiental dos nossos projetos e inovações.

A visão de Murphy foi mais conceitual do que científica. E a dos esotéricos é mais pseudo científica, mas ambas nos dizem alguma coisa, de altíssima importância – “cuidado com o que você faz, se não souber o que você está fazendo (LBV) …”

Joel Pel, engenheiro biológico da University of British Columbia (em inglês), criou uma fórmula que prevê a ocorrência da Lei de Murphy, aplicada num experimento da Toyota (Toyota Tercel) sobre falha em embreagem, em condições severas de tempestades.

A fórmula usa uma constante igual a um, um fator inconstante e algumas variáveis (4).

Nesta fórmula de Pel ele usa a:

1. Importância do evento (I),

2. Complexidade do sistema envolvido (C),

3. Urgência da necessidade de o sistema funcionar (U) e

4. Frequência com que o sistema é usado (F).

Tendo-se os valores de tais fatores calcula-se a chance do evento dar certo ou errado. No experimento da Toyota deu certo …

Mas, poucos eventos podem ser submetidos ao cálculo pela fórmula de Pel, uma vez que na engenharia plena, do século 21, os fatores concernentes a consolidação acertada de um evento – experimento, teste, prova ou ensaio – assumem a necessidade de seu controle efetivo, em medida adequada e comprovação de sua validade num contexto de experiência, inovação e investigação científica.

Embora nossa engenharia esteja atrasada, em relação à dos países mais avançados, e desenvolvidos, durante 35 anos de dedicação prática, na engenharia industrial, constatamos a presença 21 fatores influentes nas probabilidades de eventos darem certo ou errado.

Fatores da Engenharia que afetam o Grau de Sucesso das Inovações e dos Experimentos:

1. Grau de pressão temporal sobre o projeto ou o experimento;

2. Número de tecnologias operantes em integração;

3. Número de variáveis de ajustes por tecnologia operante em integração;

4. Grau de maturidade de cada tecnologia operante em integração;

5. Grau de liberdade Operacional em cada nível de tecnologia operante;

6. Número de variáveis de ajustes na tecnologia MAIS NOVA operante em integração;

7. Grau de esforços solicitantes em cada nível de tecnologia operante;

8. Contexto combinatório no emprego de materiais em cada tecnologia operante;

9. Falhas prováveis por incompatibilidades de materiais, dispositivos, conexões, interligações e interfaces;

10. Falhas prováveis por inadequação de características e propriedades;

11. Grau de sofisticação da montagem e configuração de cada tecnologia operante e do conjunto integrado;

12. Freqüência de operações, e provas, em condições normais;

13. Freqüência de operações, e provas, em condições severas;

14. Falhas prováveis por inadequação de características e propriedades;

15. Falhas prováveis por inadequação de cores, brilhos e contrastes;

16. Falhas prováveis por inadequação de geometria ou simetria;

17. Falhas prováveis por inadequação dimensional e de massa;

18. Falhas prováveis por inadequação de atenção e concentração dos operadores;

19. Falhas prováveis por inadequação de habilidades e treinamentos dos operadores;

20. Falhas prováveis por inadequação de qualificação e conhecimentos dos operadores;

21. Grau orçamentário dedicado ao projeto e a previsão de obtenção dos objetivos e metas com a máxima economia possível.

A questão da fórmula de Pel se baseia nas seguintes ponderações:

1. Importância do evento (I) = como atribuir esta importância em magnitude numérica, capaz de representar o grau escalar da importância dos eventos, e que possa ser submetido ao processo de cálculo numérico?;

2. Complexidade do sistema envolvido (C) = idem ao acima: como atribuir um grau de complexidade a um evento? Com está conceituado o grau de complexidade? Um evento nuclear é mais ou menos complexo que um sistema de embreagem? E sobre a maturidade das tecnologias envolvidas?;

3. Urgência da necessidade de o sistema funcionar (U) = é sobre a exigüidade de tempo para se inovar, aprimorar e aperfeiçoar? É o prazo total para completar o projeto? Nem Pel e nem Murphy, não deixaram claro, mas os brasileiros sabem que a “pressa é inimiga da perfeição” …

4. Freqüência com que o sistema é usado (F) = é o fator mais simples de ser caracterizado, assim mesmo em qual magnitude seu número entrará na fórmula? É a freqüência em que o sistema será usado em condições normais ou condições severas? Não haveria uma ponderação diferente para cada tipo de condição destas?

Os 21 Fatores da Engenharia que afetam o Grau de Sucesso das Inovações e dos Experimentos, relacionados acima, podem ser enquadrados nos fatores da fórmula de Pel, para manter a arquitetura relacional entre os fatores selecionados por ele na sua equação?

Seria válido se calcular a probabilidade de sucesso (Pm) de um evento pela fórmula de Pel, ao saber de antemão que a coisa vai dar errado? E a sua fórmula tem poder discricionário para fazer uma equipe de cientistas, engenheiros e especialistas desistir da concretização de uma inovação?

A ciência e a engenharia criaram vários métodos, técnicas e recursos para minimizarem a ocorrência de fracassos em eventos de inovações:

1. Os mecanismos a prova de bobeira os quais são os condicionantes construtivos que irão inibir as falhas e as bobeiras;

2. Os métodos de análises e propagação de falhas;

3. As listas de verificação;

4. As redundâncias replicantes;

5. A seqüência do caminho crítico;

6. Os modelos matemáticos e estatísticos;

7. Laboratórios de simulações controladas.

Finalmente, por Murphy ter dito que: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.” Se ele estivesse vivo hoje (faleceu no ano 1990) gostaríamos de lhe perguntar se o postulado “cuidado com o que você faz, se não souber o que você está fazendo” não é uma causa básica para alguma coisa dar errado?

Profissionais da engenharia, de longa prática, costumam dizer que se algo der errado é por causa do “amadorismo ainda latente”, mesmo que a equipe tenha, todos os “supra-sumo” do conhecimento técnico-científico. A Janela de JOHARI explicará muitos equívocos, principalmente aqueles do conhecimento secreto, omitido até por “sabotagem” a uma liderança vaidosa e arrogante … E aqueles do “quadrante do desconhecido”.

O “quadrante do desconhecido”, da Janela de JOHARI, já fez muito projeto dar errado, pela vaidade de NÃO se negar imediatamente a falta de conhecimentos, para fazer evoluir os experimentos ou abortá-los. Todos começam a fingir que sabem o que estão fazendo …

Nem consultores prima-dona eles contratam para evitar catástrofes – houve incidente deste na NASA e no programa aeroespacial do Brasil. Muitos acham isto “humilhação”, quando a verdadeira humilhação é o desastre posterior.

Há insuficiência de quase tudo! E vão todos mantendo o projeto, empregos e ilusões. Este é o “amadorismo ainda latente”. Os amadores vão cedo para o “cemitério”, e o pior, ainda levam seus seguidores, arrasam economias de investidores e provocam sérios danos gerais!

Autor: Administradores.com