Governo do RJ envia aeronaves para Campos após rompimento de dique

Duas aeronaves tripuladas por bombeiros foram enviadas na manhã desta quinta-feira (5) para a região Campos, no Norte Fluminense, onde, mais cedo, um dique (barragem para conter a água de rios) se rompeu no bairro Três Vendas. A informação é do governo do Rio, que não deu detalhes do modelo das aeronaves e de quantos bombeiros foram enviados ao local.

Por determinação do governador Sérgio Cabral, os bombeiros vão verificar as necessidades do local para que providências possam ser tomadas pela Defesa Civil do estado.

Mais cedo, o secretário de Defesa Civil do município, Henrique Oliveira, disse que cerca de 4 mil pessoas precisariam ser retiradas de suas casas por causa do rompimento do dique Segundo ele, mil famílias foram afetadas. Atualmente, 590 pessoas estão desabrigadas no município, segundo o secretário.

Famílias deixam casas
O G1 está tentando falar com o secretário Henrique Oliveira, mas até a publicação desta reportagem não conseguiu contato para saber quantas pessoas já deixaram suas casas. A prefeitura de Campos confirmou que algumas famílias já estão sendo levadas para o Ciep de Travessão, localidade vizinha a Três Vendas. O Ciep, segundo a prefeitura, fica a cerca de 16 km do Centro de Campos.

Nas próximas horas, uma equipe da Defesa Civil de Campos deve sobrevoar o local para ter uma dimensão dos prejuízos.

“Eu estou pedindo apoio do Exército. Nós vamos tirar toda a população de Três Vendas. Essa retirada tem que ser muito rápida”. Segundo ele, a água do Rio Muriaé deve tomar todas as ruas do bairro. “A situação é caótica na região. A água vai tomar tudo e muito rápido”, disse o secretário de Defesa Civil de Campos mais cedo.

De acordo com Oliveira, o dique fica na rodovia BR-356. Uma cratera foi aberta e o tráfego está interrompido na rodovia.Na quarta-feira (4), o nível do Rio Paraíba do Sul chegou a 10,90 metros quando, nesta época do ano, o normal varia de 7 a 8 metros, segundo a prefeitura.

De acordo com o secretário Henrique OIiveira, o município ainda não decretou situação de emergência, mas esta possibilidade não está descartada. “Agora (com o rompimento do dique) a situação vai se complicar”, finalizou.

Cheia do Rio Muriaé
Na terça-feira (3), a Secretaria de Estado da Defesa Civil divulgou um balanço onde destacava que a cheia do Rio Muriaé, provocada pela chuva da última semana, afetou principalmente as cidades do Noroeste Fluminense. Em Itaperuna, a prefeitura da cidade calcula que 5 mil pessoas estão desalojadas e outras 60, desabrigadas. Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, capitão Joelson Oliveira, a água subiu 1,3 metros acima do limite no Rio Muriaé.

Situação de emergência
Na quarta-feira (4), seis municípios do Rio de Janeiro decretaram situação de emergência, após as enchentes provocadas pelas chuvas que atingem o estado nesses primeiros dias do ano. São eles: Laje do Muriaé, Itaperuna, Cardoso Moreira, Italva, Miracema e Santo Antônio de Pádua. Todos ficam no Norte e Noroeste Fluminense.

Nas regiões Norte e Noroeste do estado, o nível de alguns dos principais rios subiu ainda mais. O número de pessoas que tiveram que sair de casa já chega a 20 mil.

Em Santo Antônio de Pádua, mais de 12 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. O Rio Pomba, que também corta o município, transbordou e deixou vários bairros inundados. O atendimento no Hospital Hélio Montezano foi suspenso e os pacientes tiveram que ser transferidos para um hospital em Miracema, que fica a 15 quilômetros da cidade. 

Dique se rompeu em rodovia de Campos, no RJ
(Foto: Reprodução/TV Globo)

A Secretaria estadual de Saúde informou que os equipamentos do hospital e o atendimento de pacientes será feito na policlínica de Santo Antônio de Pádua.

Segundo a prefeitura, a cheia do rio, de cinco metros acima do nível normal, desalojou 20% da população. Mais de trezentas quedas de barreiras já foram registradas no noroeste do estado e quase 100 casas foram destruídas nos deslizamentos. 

Autor: G1