Projeto quer devolver o glamour ao pq. D. Pedro

Parque bucólico afrancesado, Ilha do Amores, um pedacinho de Paris no centro de São Paulo –o parque Dom Pedro, de 1922, já foi tudo isso, até virar uma barafunda que nem parque é.

É esse nó que o projeto do escritório Una, feito em conjunto com os urbanistas Regina Meyer, Marta Gronstein e José Borelli, quer desatar.

A ideia central é reconectar o centro da cidade com a zona leste, organizar o caos de transporte e criar uma paisagem que tem até uma lagoa, segundo a arquiteto Fábio Valentim, do Una.
Foi a ideia de tentar resolver o problema do trânsito que descaracterizou o parque, de acordo com Meyer, autora de um estudo clássico sobre a zona leste.

Seis viadutos foram construídos –três devem ser demolidos. A área verde do parque recuou para pouco mais de 10% do original. A única travessia de pedestres que restou é tão perigosa que foi apelidada “Faixa de Gaza”.

Se o projeto sair do papel, o parque terá um lago, com funções de represar e filtrar a água da chuva, numa lembrança de que há um rio enterrado ali (o Tamanduateí).

A filtragem da água poluída será feita com plantas, como se faz em projetos ingleses e holandeses.

Parte da avenida do Estado deve virar túnel para os pedestres atravessarem a praça, como ocorria até os anos 1960. Os terminais de transporte, hoje dispersos, serão reunidos. Está prevista uma garagem subterrânea.

As obras, estimadas em R$ 1 bilhão, devem durar de cinco a oito anos, disse o prefeito Kassab (PSD). A licitação será feita em 2012.

O Sesc encomendou ao Una um prédio de 23 mil m², e o Senac, um de 8 mil m².

Kassab assinou ontem a cessão ao Sesc da área onde ficava o edifício São Vito, demolido neste ano. O prédio, com teatro, cinema, quadras, piscinas e consultórios odontológicos deve ficar pronto em 2014. O Senac, num terreno vizinho, terá uma escola de gastronomia ligada ao Mercado Municipal.

Autor: Folha.com