Os Caminhos da Engenharia Brasileira. Pontos-chave das mesas redondas

Durante o dia de hoje (24), acontece no Instituto de Engenharia o seminário Os Caminhos da Engenharia Brasileira. Com uma série de quatro mesas redondas, o evento tem como objetivo promover a discussão e o entendimento sobre este tema fundamental para o desenvolvimento do País. O seminário que teve início hoje se estenderá até 2013. 

A seguir, confira o ponto-chave de cada apresentação dos palestrantes da primeira mesa redonda do dia, que teve como tema A engenharia como principal vetor para a inovação e competitividade

O seminário completo estará disponível em breve na videoteca deste site.

Evandro Mirra – Diretor da ABC – Academia Brasileira de Ciências

Destacou o investimento no conhecimento como a chave do desempenho econômico e de ganhos no campo social; e a inovação como uma questão primeiramente de atitude e, em segundo técnica.

Benedito Guimarães Aguiar Neto – Reitor da universidade Prebiteriana Mackenzie 

Destacou que a produção científica brasileira não tem conseguido influir em inovações e que o Brasil está atrasado em termos de competitividade.
Expôs alguns números, entre eles: 

Número de patentes registradas:
1o – EUA 45.790
24o – Brasil 480

Egressos dos cursos de Engenharia

China 35,6
Brasil 5,1

Números de doutores por mil habitantes

Suiça -23
Brasil 1,4

Doutores na Indústria

Canadá 62,2
Brasil 7,1

Claudio A. Dall Acqua – Presidente do Conselho Consultivo da UPADI

Expôs diversos relatos de experiências em mais de 100 seminários internacionais sobre o assunto.

Sustentabilidade

Sergio Besserman Vianna – Presidente da Câmara Tec. de Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura do Rio de Janeiro 

Falou sobre o desenvolvimento sustentável, sobre quanto tempo a natureza leva para se recompor, sobre a escassez de recursos hídricos, o buraco na camada de ozônio e disse que precisamos de uma revolução tecnológica para combater o aquecimento global, ou diminuímos o uso dos gases ou vamos esquentar cada vez mais. 

Edson José Machado – Diretor Comercial da CR Almeida 

Destacou o projeto da Rodovia Imigrantes que foi premiado por ter sido planejado de forma sustentável, teve o mínimo possível de impacto na natureza, as plantas raras da região como, por exemplo, bromélias e orquídeas foram transferidas para outras áreas, para cada árvore cortada, eram replantadas outras dez, foram utilizadas vigas pré-moldadas, o pavimento foi feito de concreto e foram construídos túneis para diminuir o desmatamento da região. 

Cristiano Kok – Presidente da Engevix Engenharia 

Falou que devemos mudar a forma de produzir o gás carbônico e é preciso investir em outras formas de energia, porém existem empresas que investiram em energia solar e faliram, pois o processo era muito caro e o retorno não foi tão bom quanto o esperado.

Renato Casali Pavan – sócio-diretor da Macrologística 

Disse que, em relação à competitividade, o Brasil está em 53º lugar entre 142 países e investe cinco a dez vezes menos em transporte carga do que a maioria dos países (Brasil investe 0,49% do PIB e China, 4%).
Os entraves, segundo Pavan, são falta de planejamento estratégico, de políticaeducacional, de investimento em infraestrutura e de competitividade interna e externa.
 
Marcelo Perrupato – secretário de Política Nacional de Transportes 

Destacou a importância do Porto de Santos como o maior do continente sul-americano. Comentou sobre o PNLT –Plano Nacional de Logística e Transporte-, que tem um orçamento de R$ 300 bilhões para investir em ferrovia, rodovia, portos, aeroportos e hidrovia em 10 anos. 

Frederico Bussinger – diretor da Katalysis – Consultoria e Empreendimentos 

Falou do problema de emissão de gases do efeito estufa. Segundo ele, o transporte no mundo é responsável por 23% da emissões, já o Brasil colabora com 42%. Isso porque o nosso País utiliza os modais de transportes da seguinte maneira: 62% em rodovia; 24% em ferrovia e 14% em hidrovia.

Luiz Gonzaga Bertelli – Presidente Executivo do Centro de Integração Empresa Escola – CIEE 

Relatou sobre o ensino no Brasil, o aluno é submetido hoje a somente 115 dias letivos, é preciso que sejam seis horas diárias, no mínimo de estudo por dia. Hoje são apenas duas horas e meia de aula diariamente, 32% do tempo em sala de aula são gastos com chamadas e questões disciplinares, prejudicando os conteúdos curriculares. 

Mário Garrote – Diretor da Escola de Engenharia Mauá 

Mostrou os pontos positivos e negativos do ensino na engenharia. O aluno deve ser preparado para desenvolver trabalhos de engenharia e liderança nas áreas de conhecimento, mudança rápida dos métodos de ensino, aprendizagem em decorrência das novas ferramentas didáticas, tem consciência de responsabilidade ética e sabe aplicar a técnica da engenharia. Já como pontos negativos está a falta de preparo de liderança, comunicação e espírito empreendedor. 

José Roberto Cardoso – Diretor da Escola Politécnica da USP 

Segundo, José Roberto Cardoso, no ano passado existia 180 mil vagas para engenheiros e quase ninguém teve conhecimento disso. Na área de engenharia existem apenas 14% de mulheres. São formados por ano 10 mil engenheiros e no ano passado entraram no país 22 mil engenheiros estrangeiros.

Autor: Instituto de Engenharia