Metrô instala barreira antirruído no centro

Convivendo há anos com o frequente ruído dos trens, quem mora perto da Linha 3-Vermelha do Metrô na região central deve passar a ter um pouco mais de sossego a partir dos próximos meses. Painéis de alumínio começaram a ser instalados na lateral da via entre as estações Pedro II e Brás para reduzir o impacto do barulho emitido pelas composições naquele trecho, que é elevado. Ao lado, existem vários condomínios residenciais – muitos deles, construídos mais de duas décadas atrás.

Inicialmente, haverá protetores acústicos em um percurso de 200 metros. A instalação está prevista para terminar em outubro deste ano. Contudo, até setembro de 2013 o Metrô pretende colocar barreiras em todo o trajeto entre as estações Sé e Bresser-Mooca, totalizando 2.200 metros de painéis.

A funcionária pública Nanci Garcia, de 50 anos, que vive há oito no oitavo andar de um prédio na Rua Torquato Neto, no Brás, diz que há ruído na linha até de madrugada, após o término do horário comercial. “Todo dia, à 1h30, passa pelos trilhos o caminhão da manutenção. Uma hora depois, ele volta, no sentido contrário.”

Quatro andares abaixo, a dona de casa Leonor de Almeida, de 69 anos, conta que às vezes os funcionários responsáveis pelos reparos noturnos dos trilhos conversam entre si alto demais, perturbando o silêncio na vizinhança. O apartamento onde ela mora com o marido e a filha fica a cerca de 30 metros da estrutura elevada por onde os trens do Metrô passam desde 1979. “Não podemos deixar as janelas abertas quando assistimos TV ou queremos conversar.”

A síndica do condomínio, Ivanira dos Santos, de 66 anos, conta que no início do ano técnicos do Metrô foram ao prédio para verificar os ruídos da linha. “Subiram até o topo para medir. Esperamos que essas barreiras resolvam.”

Síndica de outro condomínio a duas quadras dali, Juraci Pereira Nascimento, de 75 anos, conta que interessados em alugar apartamentos perguntam se o local é barulhento. “No fundo, o Metrô não tem culpa. As pessoas que vieram e construíram aqui depois.”

À época da inauguração do trecho da Linha 3, não havia muitas exigências de órgãos públicos para compensar o impacto visual e sonoro da estrutura no entorno.

Autor: Jornal da Tarde