Sustentabilidade e desenvolvimento em debate no Secovi

Amândio Martins, vice presidente do Instituto de Engenharia, e Eduardo Jorge, secretário do Verde

O Secovi –Sindicato da Habitação- realizou, no dia 19 de julho, uma reunião-conferência com o secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduaro Jorge, para falar sobre desenvolvimento sustentável e a atuação do município paulistano. Na ocasião, foi lançado o livro ‘Condutas de Sustentabilidade no Setor Imobiliário Residencial’, realizado em parceria com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS). 

O primeiro a discorrer foi Marcelo Takaoka, presidente do CBCS. De acordo com ele, os edifícios utilizam 30% de toda energia consumida pela sociedade; e os transportes, outros 30%. “O setor da construção civil pode trabalhar a sustentabilidade e ganhar dinheiro com a eficiência energética e racionalidade. Atualmente, as corporações querem prédios eficientes para diminuir valores fixos de consumo e manutenção”. Quantificando custos, Takaoka disse que, apesar de a construção sair 7% ou 8% mais cara, há justificativa no gasto por causa do ciclo de vida da edificação, pois a longo prazo existirá a redução nos custos fixos de consumo e manutenção. 

O presidente do Secovi, João Crestana, informou que o crédito imobiliário subiu de R$ 4 bilhões no ano de 2002 para R$ 80 bilhões em 2010. “Ao crescer, o mercado imobiliário experimentou um aumento das demandas de mão de obra, materiais e equipamentos, porém o quadro técnico dos órgãos públicos vem diminuindo, em razão de aposentadoria e falta de novos concursos. Esse desequilíbrio leva a um aumento do tempo de aprovação de projetos, que se traduz em elevação dos custos do empreendimento e dos preços dos imóveis”, disse. “Além disso, a insegurança jurídica gerada por normas e procedimentos administrativos burocráticos é insuportável para um segmento de longo prazo. Apoiamos as práticas sustentáveis, pois as obras de um novo empreendimento duram dois anos e um edifício tem vida útil de 50 anos, mas dependemos de regras claras e profissionais treinados”, declarou Crestana.

Eduardo Jorge falou dos desafios enfrentados pelas secretarias de meio ambiente dos municípios que contam com apenas 0,4% do orçamento. “Temos de fazer um trabalho de convencimento para conseguir que os ocupantes de cargos executivos invistam mais nessa pequeníssima estrutura”. Ele informou que a cidade de São Paulo passou a destinar 1,1% do orçamento nesse setor.

Para ele, sustentabilidade deve estar balizada em três itens: ambiental, social e econômica. “Atinge a todos, pobres e ricos. Vai reorganizar todas as pautas do planejamento”. Ele defende a existência de cidades mais compactas. Também comentou sobre o 1,5 milhão de árvores plantadas em São Paulo; o sucesso das usinas que usam gás metano dos aterros sanitários para geração de energia; o projeto que aumenta para cem o número de parques na capital e a inspeção veicular, que ajudou a melhorar a qualidade do ar. Finalizando, o secretário falou sobre o licenciamento ambiental dos trechos Norte e Sul do Rodoanel. 

Caderno de sustentabilidade – Claudio Bernardes, vice-presidente do Secovi, afirmou que faltava entendimento mais amplo do que é sustentabilidade no setor imobiliário e como é possível atuar dentro de seus princípios básicos. 

“Sem conhecimento não há conscientização e sem consciência não há atitude. Por isso, a Vice-Presidência de Sustentabilidade do Secovi-SP decidiu atuar na base, ou seja, fornecer aos segmentos que integram o setor imobiliário fundamentos, diretrizes e conceitos”. 

O livro está com download disponível no seguinte link: www.secovi.com.br/sustentabilidade/caderno-de-sustentabilidade/ 

Compareceram os secretários municipais Edson Ortega Marques (Segurança Urbana), Marcos Belizário (da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida), Orlando de Almeida Filho (Controle Urbano), Uebe Rezeck (de Participação e Parceria) e José Gregori (Diretos Humanos), além da vereadora Sandra Tadeu. 

Amandio Martins, vice-presidente de Relações Externas, representou o Instituito de Engenharia. “A concepção de um projeto, desde sua fase de estudo inicial passando pela construção do empreendimento até a manutenção, tendo como pano de fundo a sustentabilidade da indústria da construção civil, é um desafio que exige urgência em ser vencido. Não dá mais para postergar. Secovi e CBCS estão de parabéns por essa iniciativa. Os demais segmentos da Engenharia poderão, a partir desse importante trabalho, desenvolver ações visando o bem-estar, principalmente das gerações futuras. A palestra do secretário Eduardo Jorge da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, nos posicionou do que está sendo realizado no município e o caminho que ainda temos a percorrer, haja vista que a cidade de São Paulo é exemplo em muitas iniciativas de sustentabilidade, servindo, inclusive, de modelo às outras do Brasil e do mundo”

Autor: Viviane Nunes