NA MÍDIA – Contenção de encostas é tema de debate na ACSP

partir da esquerda, Antônio Carlos Pela, Rogério Amato, presidente da ACSP, e Aluizio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia: pelo uso racional da água

Há 20 anos, grandes deslizamentos de terra e erosões ocorrem em todo o País, durante os períodos de chuva, potencializados pela impermeabilização dos sistemas de drenagem natural. Ontem, em reunião do Conselho de Política Urbana – CPU, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o engenheiro Aluizio de Barros Fagundes, presidente do Instituto de Engenharia, discutiu a questão dos alagamentos, o desperdício de água e a estabilização de encostas, neste caso, segundo ele, uma solução que se encontra bem longe de ser alcançada.

Segundo Fagundes, é quase impossível evitar deslizamentos de terra. Porém, acrescentou, é fácil identificar o potencial de uma área de risco, que implica uma série de medidas contra os estragos que a chuva pode causar. Para solucionar esse problema, o engenheiro aposta na retirada das pessoas de suas residências em áreas de risco e, em seguida, a sua remoção para locais seguros. Assim, segundo ele, poderiam ser ativados sistemas de drenagem para captação da água da chuva já infiltrada no terreno ou antes da infiltração, como valas revestidas.

Alagamentos – Na concepção do presidente do Instituto de Engenharia, a única solução para esse problema seria definir os pontos de alagamento, desapropriá-los e transformá-los em piscinões naturais. “Seria caro, mas eficaz”, disse Fagundes, que elencou o Vale do Tamanduateí e do Aricanduva e o córrego da Água Funda como os pontos nevrálgicos de São Paulo. Aliado ao problema de estabilização de encostas, Fagundes sustentou que é necessário reduzir o desperdício de água na cidade e no País.

Em relação a São Paulo, segundo ele, a má utilização da água pela população torna-se insignificante diante dos 40% perdidos apenas no sistema de distribuição desse líquido. “São Paulo está à beira de um colapso de abastecimento de água. Mais importante que um projeto técnico, é o projeto de comunicação. Devemos ficar atentos aos pequenos detalhes para atingirmos grandes resultados. A conscientização deve partir desde o nível primário”, sustentou o engenheiro.

Empenho – Segundo Rogério Amato, presidente da ACSP, a sociedade, como um todo, precisa se empenhar para conceber uma consciência cada vez mais consistente em relação ao problema. “A ACSP está tentando fazer a sua parte, realizando discussões a respeito do assunto e com atitudes concretas. Pois esse não é um desafio da engenharia ou da educação, mas de cada um de nós”, declarou no encontro.

A reunião contou com a presença de representantes de 15 distritais da ACSP, além do vice-presidente da instituição e coordenador do CPU, Antônio Carlos Pela. “O Conselho tem como preocupação aproximar seus integrantes dos problemas que envolvem São Paulo. A queda de encostas nos preocupa, assim como o uso racional da água. Somos oriundos da água, temos de aprender a usá-la e manter o foco na educação”, disse Pela.
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Autor: Diário do Comércio