Engenharia: Pont du Gard (França) c.40 a 60 d.C.

A ponte-aqueduto sobre o rio Gard, construída pelos Romanos no sul da França, numa área onde esse belo rio recebe inúmeros pequenos afluentes quase todos chamados Gard, ou Gardon, tem 49 metros de altura e, em sua mais longa extensão, 275 metros.

Fazia parte de um complexo de quase 50 km construído para transportar água das nascentes do Eure ao castellum divisorum (reservatório de água) na cidade Romana de Nemausus (atual Nîmes).

É uma obra magnífica: como só havia 12m de desnível entre o Eure e Nîmes, os Romanos calcularam um caminho que permitia a água fluir apenas baseada na força da gravidade.

Foram quase 15 anos para terminar o aqueduto, nele trabalharam cerca de 1000 homens e é um feito da engenharia e da arquitetura Romanas admirado até hoje.

As pedras eram cortadas de maneira a se encaixarem perfeitamente umas nas outras sem necessidade de cimento e eram erguidas por um sistema de polias.

Um andaime de enorme complexidade foi montado para sustentar o aqueduto durante sua construção. Ainda estão lá os protuberantes apoios para o andaime e os sulcos cavados nas pilastras, projetados para suportar o peso das armações semicirculares em madeira, sobre as quais os arcos eram montados 

Os canais, subterrâneos na maior parte do trajeto, quando encontravam acidentes geográficos ou topológicos, emergiam por cima de paredes, arcadas ou pontes para poder despejar a água no castellum (foto à esquerda); reparem nos furos onde os canos que supriam Nîmes eram encaixados.

Há, naquela região, outros trechos do aqueduto, mas nenhum tão perfeito, tão belo e em tão bom estado quanto o Pont Du Gard.

Desde o Século IX o aqueduto já não transporta água. As nascentes do Eure ainda são ricas, mas os canais foram sendo obstruidos pelo cálcio e pelas plantas e algas que penetravam as fendas entre as rochas e a passagem da água ficou muito prejudicada.

Durante muito tempo foi a única ponte para a travessia do rio. Em 2000, toda a área à sua volta foi proibida ao tráfego e não se pode mais cruzá-la sem autorização e sem o acompanhamento de guias oficiais.

Autor: Blog do Noblat