Empresas do setor de petróleo e gás investem em políticas agressivas de atração e retenção de talentos

A falta de mão de obra especializada em petróleo e gás tem levado empresas do setor a investir em uma política agressiva de atração e retenção de talentos. Segundo um levantamento recente da Hay Group, consultoria internacional de recursos humanos, o déficit de engenheiros experientes na área chega a 15% no Brasil, o que representa uma escassez de 35 mil profissionais por ano. O cenário, associado ao crescimento de investimentos no setor, levará a um aumento da disputa por talentos em que incentivos agressivos de curto prazo serão essenciais para evitar a perda de funcionários para empresas concorrentes.

Segundo Glaucy Bocci, gerente de Negócios da Hay Group, a política de benefícios desse mercado já inclui salários 50% a 70% maiores do que os de outras áreas. Engenheiros de perfuração, de reservas, geólogos e geofísicos estão entre as funções em que a falta de mão de obra qualificada é mais crítica.

– As empresas estão começando a entender que outros benefícios, além da remuneração, também são importantes, como oportunidades de crescimento, qualidade no trabalho, ambiente estimulante e equilíbrio entre vida profissional e pessoal – diz Glaucy.

Para reter profissionais e atrair novos candidatos, as organizações têm inserido em seu pacote de benefícios itens que vão de programas especiais para combater o estresse a reembolsos para cursos de idiomas, passando por programas de coaching e bônus extra de acordo com a performance, diz Adriano Bravo, CEO da Petra Executive Search – consultoria de recrutamento e seleção especializada no setor de petróleo e gás (veja o vídeo em que o especialista dá dicas de como ingressar no setor).

– As organizações também têm investido em melhorias de conforto das instalações offshore e em planos de carreira e programas de treinamento detalhados, bem como no auxílio às famílias de profissionais embarcados ou no exterior – diz Bravo, que nem sempre consegue atender às expectativas de empresas do setor que buscam profissionais qualificados e experientes. – Os poucos profissionais qualificados disponíveis no mercado já estão empregados e exigem altos salários para mudar de empresa. Temos buscado técnicos em outras indústrias, como automotiva e metalúrgica, e selecionado profissionais com mais de cinco anos de experiência em países vizinhos, como Chile e Argentina – diz.

Autor: O Globo