PUC-Rio lança primeiro curso de engenharia em nanotecnologia para o vestibular 2011

Os candidatos ao vestibular 2011 da PUC-Rio já poderam optar pela graduação de Engenharia em Nanotecnologia. O curso terá início no primeiro semestre de 2011 e pode ser classificado como interdisciplinar, já que vai englobar áreas distintas como Biologia, Física, Química, Eletrônica, Computação, Ciência de Materiais e Engenharias. Ele formará profissionais preparados para o futuro da indústria e da pesquisa de tecnologia.

O aluno fará primeiro o Ciclo Básico – comum a todas as engenharias, onde recebe ampla formação científica -, e o Ciclo Profissional – equilibrado nas quatro áreas básicas de Física, Química, Elétrica e materiais. Através das disciplinas optativas e eletivas livres, o estudante pode direcionar sua formação para sua área de maior interesse e até mesmo obter, simultaneamente, outra habilitação.

Devido à multidisciplinaridade da grade curricular, o engenheiro em nanotecnologia terá uma base de conhecimento mais ampla, diferente dos cientistas, tecnólogos e engenheiros que trabalham com esse tema nos dias atuais. Outro fator de atração para o aluno de nanotecnologia é o alto grau de empreendedorismo da área. Atualmente, a maior parte das empresas nasce como spin-offs em universidade e laboratórios de pesquisa, através da patente de produtos inovadores. Além disso, o Engenheiro em Nanotecnologia tem o perfil do líder nas indústrias de base e bens de consumo do futuro.

Os interessados em seguir esse caminho profissional podem se inscrever para o vestibular 2011 da PUC-Rio de 16/08 a 10/09, pelo site: http://www.puc-rio.br/vestibular/index.html.

Saiba mais sobre a nanotecnologia

O termo nanotecnologia começou a ser empregado em 1974, pelo pesquisador Norio Taniguchi, da Universidade de Tokyo. Foi a primeira vez que alguém utilizou a expressão – que tem origem da palavra grega “nano”, que quer dizer anão (nanico), e faz referência ao nanômetro, tamanho aproximado da largura de 10 átomos de hidrogênio alinhados ou, explicando de outra forma, um bilionésimo de metro, quando falamos sobre a criação e manipulação precisa de materiais em escala nanométrica.

A incrível possibilidade de criação e manipulação da matéria em nível atômico e molecular propicia um processo de constante mudança na indústria. Com a facilidade trazida pela nanotecnologia no desenvolvimento de novos produtos e materiais – geralmente mais eficientes e baratos -, as empresas que não se reinventarem devem acabar “engolidas” pelo mercado. Entre os produtos já existentes no mercado graças à nanotecnologia, podemos destacar pinturas com revestimentos de nano partículas contra arranhões e corrosão, roupas leves e confortáveis, porém, de alta resistência física e que bloqueiam radiações ionizantes, feitas a partir de polímeros nano estruturados, filtros solares com alto poder de absorção de raios UV, vidros autolimpantes, spray de vidro líquido que protege qualquer superfície de danos causados por água, radiação ultravioleta, sujeira, calor e bactérias.

Dados do relatório de prospecção tecnológica coordenado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e organizado pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República do Brasil indicam que, em 15 anos, o Brasil pode vir a ser responsável por US$ 10 bilhões do mercado nano tecnológico. Entre 2001 e 2006, o governo brasileiro investiu mais de R$ 170 milhões em pesquisas em Nanotecnologia e empresas como Petrobras, Vale, White Martins, Braskem, Quattor Petroquímica, Rhodia, Santista Têxtil e Boticário já investem nesse tipo de tecnologia. A tendência é que a busca por engenheiros com essa formação cresça significativamente nos próximos cinco anos.