Os 11 maiores erros da indústria automotiva

O mundo dos carros está cheio de erros – tolos, feios e até mesmo engraçados. Matt Cramer do Bangshift fez essa lista com os onze piores desastres técnicos do mundo automotivo.

Alguns projetos ruins não são imediatamente identificados. Um material que funcionou bem no laboratório pode levar alguns anos para apresentar falhas no mundo real, ou então uma falha de segurança que só será descoberta se o carro bater de um jeito específico e pegar fogo. Mas às vezes os projetistas aparecem com umas ideias tão idiotas que você fica imaginando como ela não foi rejeitada na primeira vez que foi apresentada a um chefe, a um colega ou até mesmo a uma criança de cinco anos. Aqui estão onze dos projetos mais loucos já produzidos. 

O desastroso sistema de injeção de combustível da Chrysler nos anos 80 

Colocar todos os componentes de injeção eletrônica próximos do coletor de admissão e do filtro de ar, inclusive um sensor de fluxo de ar e a própria unidade de controle, certamente tornaram a instalação mais fáci, mas isso também colocou um computador dos anos 80 numa posição onde estaria exposto a doses letais de calor e vibração. A Chrysler deveria saber como ninguém que você precisa testar os novos eletrônicos sem dó antes de colocá-los no mercado – a fábrica foi a primeira a usar uma injeção eletrônica de combustível, em 1957, só para fazer um recall e converter todos os sistemas em caburadores, já que os componentes eletrônicos da época não serviam para carros. 

Crédito da foto: LMW Automobile Literature

Combustível Turbo-Rocket” da Oldsmobile 

O Oldsmobile Jetfire 1962-63 não foi somente o primeiro carro de série com turbocompressor, mas também o primeiro carro de série a ter injeção de água. A Olds chamou o fluido, uma mistura de álcool e água, de “Combustível Turbo-Rocket” e o armazenou em um tanque no cofre do motor. Ainda que a tecnologia não fosse a mais simples – ou a mais confiável – a parte louca era exigir que os proprietários mantivessem esse tanque cheio. Sejamos francos: o motorista americano comum nem liga para o nível do óleo até que a luz do painel acenda. No Jetfire, ficar sem o combustível Rocket supostamente aciona uma válvula que limita o turbo, mas nem sempre funcionava e os motores morriam. A Buick mais tarde considerou reutilizar o sistema no Grand National, mas desistiu. 

Crédito da foto: Kit Fosters Car Port

Engenharia germânica: o modo comunista 

Há um bom número de bons materiais para fazer carrocerias de carros – aço, alumínio, fibra de vidro e fibra de carbono têm funcionado muito bem. O Trabant é o único carro que teve sua carroceria feita em plástico reforçado com fibras de algodão. A segurança dos passageiros não era exatamente uma prioridade na Alemanha Oriental. 

Crédito da foto: Autos Carros.com

Sistemas elétricos de baixo-custo dos carros britânicos 

Aparentemente, parte dos esforços da British Leyland em se tornar viável incluíam omitir os fusíveis que os diretores julgavam desnecessários. Havia apenas três fusíveis em todo o sistema elétrico de um Triumph Spitfire, em uma época em que os americanos tinham quatro vezes mais. Alguns sistemas, como os faróis e lanternas não tinham fusível algum. 

Crédito da foto: Mozul, flickr

Sistema elétrico biodegradável dos carros alemães 

Nos anos 90 o Partido Verde da Alemanha aprovou uma lei requerendo que um certo percentual de peças automotivas fossem biodegradáveis. Você logo imagina que os fabricantes tentaram se adequar produzindo espuma de assentos biodegradável ou painéis de porta ou qualquer outra peça que não faria muita diferenta se começasse a degradar enquanto você dirige. A Mercedes-Benz, contudo, decidiu fazer um sistema elétrico biodegradável. Não há nada como um sistema elétrico que simplesmente se transforma em um enorme curto-circuito de cobre depois de algum tempo (e você achando que o sistema elétrico de 40 anos dos ingleses era ruim). 

Crédito da foto: MercedesClub.cz

Como arruinar a reputação do seu carro com um simples filtro de combustível 

Um projetista inteligente coloca o filtro de combustível em um lugar onde você possa alcançá-lo e substituí-lo sem problemas. Um mau projetista faz você mergulhar sob o carro para encontrar o filtro. Na terceira geração do Mazda RX-7 além de se enfiar embaixo do carro para trocá-lo, era preciso desmontar a suspensão traseira. Muitos desses carros perderam o motor por causa de proprietários que não quiseram trocar aquele filtro – eles andavam e andavam até queo filtro ficasse entupido e arruinava o motor Wankel turbo. 

Crédito da foto: PicsDigger.com

Você não pode usar uma plataforma para qualquer coisa 

Embora seja mais uma falha de compartilhamento de engenharia que de projeto, o Chrysler Limousine 1986 ainda inspira várias perguntas. Combine a medíocre plataforma K com um motor turbo e uma carroceria alongada de limusine e você terá uma prova de que a ideia de Lee Iacocca de usar uma plataforma para qualquer aplicação tinha seus limites.

Cadillac V8 6-4 

Hoje vários motores V8 economizam combustível desligando cilindros. O modo moderno de fazer isso é cortar o fluxo de óleo no sistema hidráulico, fazendo o “emperrar” e fechar a válvula. A Cadillac foi a pioneira no conceito de desativação de cilindros em 1981, mas usou um sistema terrivelmente complicado, que não ajudava muito na confiabilidade, nem na economia de combustível.

A pior combinação de chassi/motor já feita 

O motor rotativo 13B da Mazda é um monstrinho sem torque que você precisa fazer girar até a Lua para produzir alguma potência. Colocá-lo em um esportivo peso-leve faz muito sentido. Colocá-lo em um ônibus para 26 passageiros não. Foi exatamente onde a Mazda usou o motor – muito antes dele aparecer no RX-7. Batizado de Parkway Rotary 26, esse ônibus era o último veículo que você gostaria de ver na sua frente em uma subida ao Monte Fuji.

Segurança chinesa planejada 

Essa falha épica vai para a fabricante chinesa Geely, por aparecer com um dos “dispositivos de segurança” mais perigosos de todos os tempos. Em 2008 ela anunciou um sistema que detectaria um estouro de pneu e automaticamente acionaria os freios. Nem levou em conta que um motorista normalmente tem boas razões para manter a velocidade até encontrar um local para encostar com segurança…

Bricklin SV-1 

Malcom Bricklin cometeu tantos erros em sua carreira automotiva que seriam suficientes para encher algumas listas, mas é difícil engolir as portas nada seguras do seu “veículo seguro”. Portas asa-de-gaivota nunca são uma ideia prática, mas as pesadas portas do Bricklin eram operadas por um sistema hidráulico. Havia um sistema manual de abertura, mas era preciso soltar um pino e levantar as pesadas portas no muque – algo que a Car and Driver americana comparou a “sair de um bueiro com uma carreta estacionada sobre a tampa”. Não é o que você deseja quando está dentro de um carro capotado ou se você não é do tipo atlético. As portas rapidamente ficaram conhecidas por prender as pessoas no carro.

Autor: Jalopnik