O pesadelo chamado “volante de Fórmula 1”

Houve uma época na qual o volante de um Fórmula 1 não tinha função alguma, senão esterçar o carro. Eram apenas um aro de madeira ou metal forrado com couro, e três raios metálicos. Hoje, a peça de fibra de carbono e borracha sintética carrega ao menos vinte botões que controlam uma série de parâmetros no bólido. O engenheiro do carro de Felipe Massa, Giuliano Salvi, explica o que faz cada botão neste vídeo.

Os “manetinni” são as seis borboletas ajustáveis ao centro do volante. A maior delas, com o emblema da Ferrari, sintetiza a função de várias, permitindo um rápido acionamento aliado aos quatro botões-satélite que ficam nas laterais. Ela também pode reiniciar o sistema do volante, no caso de uma pane.

Na parte superior: a borboleta roxa controla a mistura de combustível, e tornou-se vital neste ano, com o fim do reabastecimento. A laranja altera o grau de deslizamento da embreagem, importante para a largada; e a branca à esquerda programa a mudança de ângulo da asa dianteira. Ela será efetuada por um botão atrás do volante. A FIA permite o acionamento deste dispositivo até quatro vezes por volta.

As duas borboletas inferiores controlam diretamente o mapeamento do motor: a branca altera a curva de torque, e a vermelha, o limite de giros.

Agora, os botões ao lado direito: o “L” limita a velocidade nos boxes, o “radio” permite a comunicação do piloto com a equipe, e o “bite point” determina o ponto da pegada da embreagem. Ele só pode ser acionado com o carro parado.

Os botões à esquerda: o “N” joga o câmbio para o ponto morto, o “drink” fornece ao piloto uma bebida repositora, e o “oil” aumenta a pressão de óleo no motor, em caso de problemas de lubrificação no propulsor.

No centro, bem na parte inferior, há ainda três pequenas chaves: a “burnout”, que altera a configuração de suspensão e transmissão para beneficiar o aquecimento dos pneus (usada na volta de apresentação); a “start”, que mapeia o motor, embreagem e diferencial para máximo aproveitamento na largada; e a “wet”, que reconfigura alguns parâmetros do bólido para condição de pista molhada.

Atrás do volante, há quatro borboletas: a que aciona a mudança na asa frontal (já explicado), duas para a embreagem, e duas para o controle da transmissão – uma evolui, e a outra reduz as marchas.

Por fim, nas extremidades de ambos os lados (próximo aos raios), há duas borboletas pequenas que controlam o bloqueio do diferencial: do lado direito, controla-se a “pegada” nas saídas de curva, à esquerda, nas entradas.

Autor: Depois da Roda