Os carros não precisarão mais de você!

Pesquisadores do Centro para Pesquisa Automotiva da universidade americana da Stanford, na Califórnia, deram um grande passo para o que pode ser o futuro dos carros: não precisar do maior causador de acidentes no mundo – você, motorista.

Eles encheram um Audi TTS com computadores e receptores GPS e o transformaram em um carro que se auto dirige. E até deram-lhe um nome: Shelley – homenagem a Michèle Mouton, primeira mulher a vencer uma competição chamada Pikes Peak, que acontece ali na região.

A equipe de corrida de Stanford desenvolveu o Shelley justamente para essa prova. Diferentemente de outros veículos autônomos, que usam radares e câmeras, o Audi irá seguir uma trilha fixada desde o início, tudo com marcação GPS. O truque é permanecer na estrada em altas velocidades fazendo curvas e tudo.

Embora não tenham medo de que o carro superaqueça, os engenheiros torcem só para que ele chegue inteiro ao final do difícil percurso.

Shelley já chegou a velocidades de 150 km/h durante os testes, nas planícies de Utah. A questão é como ele se comportará em curvas.

O carro sabe exatamente onde está usando um GPS diferencial. Diferentemente dos tradicionais, esse é capaz de corrigir interferência da atmosfera e mostra a posição do carro com precisão de 2cm. O Shelley mede a velocidade e aceleração com sensores nas rodas e um acelerômetro, e a inclinação da carroceria é fornecida por giroscópios, que controlam equilíbrio e direção.

Vários dos controles existem no Audi comum. Por exemplo, os computadores do Shelley conectam-se ao sistema de direção elétrica, ao câmbio automático e por aí vai.Afinal, os carros atuais estão com tanta eletrônica que isso não é problema.

Outros carros autônomos já cruzaram a linha de chegada de Rocky Mountain, mas somente a cerca de 35 km/h. A trilha de 20km sobe a 1400m e tem 156 curvas.

Mas afinal para que serve tudo isso? Brincadeira de estudantes? Dinheiro de pesquisa torrado? Nada disso. O objetivo da pesquisa é ajudar a desenvolver tecnologias que levem a carros capazes de responder com mais inteligência a erros humanos, e até avisarem uns aos outros de que vão bater se ambos permanecerem na mesma direção, por exemplo. E por aí vai.

Por enquanto, fique tranquilo: você ainda não será aposentado do volante. Mas seus filhos e netos, já podem ir se preocupando (ou não!).

Autor: Depois da Roda