Experiências com frutas mostram bons resultados

Adotado como forma de incentivar a diversificação produtiva, o programa experimental de fruticultura apresenta os primeiros resultados em Sinimbu. Desenvolvido desde 2006 por meio do repasse de verbas da Secretaria da Agricultura, Indústria, Comércio e Meio Ambiente, ele estimula a compra de insumos, mudas e defensivos.

Na época em que foi lançado, conforme o técnico agrícola da Prefeitura, Donário Schmachtenberg, o setor procurou todas as associações e expôs a proposta, denominada Projeto Fruticultura, para quem tivesse interesse em participar.

A mobilização teve início num momento de grande incerteza para a fumicultura, quando no final de 2005 houve a ratificação pelo Brasil da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, da Organização Mundal da Saúde (OMS). A medida aumentou a preocupação e as dúvidas dos fumicultores quanto ao futuro da atividade e alternativas para a diversificação de culturas.

Pêssegos

O secretário da Agricultura, Vanderlei Fredrich, lembra que no início diversos agricultores demonstraram interesse em participar do experimento para diversificação da propriedade, com a criação de pomares e plantação de pessegueiros, citros, videiras, nogueira-pecã, caqui e kiwi. Passados três anos da implantação do projeto pelo setor, a maioria deles segue na atividade, como é o caso do produtor de Rio Pequeno e também estudante do curso de Engenharia Agrícola da Unisc, Gustavo Alberto Kanitz, que implantou a lavoura experimental de pêssego em 2007.

Ele plantou 120 pés da fruta, sendo que desse montante 50 mudas foram pagas pelo projeto e 70 com recursos próprios. No ano passado houve a primeira colheita da lavoura experimental, com a obtenção de 90 quilos da fruta. Este ano ele duplicou a produção, colhendo 200 quilos.

Na lavoura experimental da família Kanitz, em Rio Pequeno, houve o plantio de quatro variedades de pêssego, que são chimarrita, marli, chirua e cardeal, com a produção escalonada conforme a variedade. As mudas foram fornecidas pelo Viveiro Fischer, de Pelotas, e o acompanhamento da produção, desde a floração, que acontece no inverno, até a colheita, na primavera e verão, tem a assistência técnica de profissionais da Secretaria da Agricultura e Emater/Ascar-RS.

Kanitz explica que a produção serviu para consumo próprio da família, que transforma a fruta em vários derivados e vende no comércio local in natura. Destaca o diferencial das cultivares que são orgânicas, ou seja, sem agrotóxicos, e ressalta que na sua propriedade teria espaço físico para colher até 3 mil quilos da fruta. Como a família mantém em paralelo a produção do tabaco, a ideia é aumentar a produção gradativamente, até que se torne autossustentável.

Parceria

Em 2007, a Emater/RS celebrou um convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para implantação de unidades de experimentação participativa (UEPs) de fruticultura e olericultura para avaliar estas culturas como alternativas à cultura do tabaco na região. Conforme o chefe do escritório da Emater, Carlos Correa da Rosa, em Sinimbu houve a opção de trabalhar com fruticultura, aproveitando as mesmas unidades implantadas pelo município em 2006 para aplicação dos recursos do MDA, repassados aos beneficiários via escritório central da Emater/RS de Porto Alegre. Dessa forma, um projeto complementa o outro e a parceria entre Emater e Secretaria da Agricultura se efetiva na condução dessas unidades, principalmente de pêssego, citros e figo.

Autor: Gazeta do Sul