Pesquisa de universidade mineira prevê utilização de resíduos da agroindústria para alimentação humana e animal

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras, Ufla, em Minas Gerais, estão desenvolvendo produtos para alimentação humana e animal, a partir do reaproveitamento de resíduos agroindustriais.

Segundo o coordenador dos trabalhos, Carlos José Pimenta, do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade, o projeto foi aprovado em edital para grupos emergentes de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, Fapemig, e três subprojetos estão submetidos a ele.

Uma das linhas da pesquisa criou o doce de café com leite. O doce utiliza um resíduo da produção, o soro do leite, que muitas vezes é desprezado pela indústria.

De acordo com a responsável pela pesquisa, Larissa Ferreira, foi feita uma análise da concentração do café, até que se encontrasse a combinação ideal, para que não ficasse nem forte nem fraco. “Os resultados ficaram próximos, o que dificultou a escolha da quantidade ideal”, relata Ferreira.

Os pesquisadores pretendem agora substituir o amido pela mucilagem do café. A mucilagem é uma substância viscosa que fica entre a casca e a semente do grão e acaba sendo descartada na natureza.

Para que possa ser comercializado, os pesquisadores ainda precisam definir o prazo de validade. Para isso, serão investigadas as propriedades físicas e químicas das substâncias e por quanto tempo elas permanecem estáveis.
A piscicultura também está sendo beneficiada pelos projetos. Um dos estudos utiliza os resíduos da melancia. A fruta é vendida em alguns mercados já cortada e descascada, sendo que a casca é desprezada. “Aproveitamos a casca da melancia para obter um tipo de ração”, disse Carlos José Pimenta.

Outros resíduos também foram testados como ração para os peixes, como a casca do café e os resíduos da filetagem dos próprios peixe

Autor: Ambiente Brasil