Obras de teleférico avançam no complexo do Alemão

Construção demandou emprego de sistemas trepantes compostos por anéis metálicos e travamento especial

Os pilares de sustentação dos cabos de aço do teleférico do Complexo do Alemão e as estações de cinco morros estão sendo construídos simultaneamente no Rio de Janeiro. “Ao todo, 25 pilares de concreto, incluindo os internos das estações, sustentarão os cabos”, afirma Ícaro Moreno Júnior, presidente da Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro). 

O teleférico percorrerá trecho de 3 km e vai ligar os morros da Baiana, do Adeus, do Alemão, Itararé/Cruzeiro e Fazendinha, além de se integrar à estação ferroviária de Bonsucesso. A obra, executada pelo consórcio Rio Melhor, formado pelas construtoras Norberto Odebrecht, OAS e Delta, faz parte do projeto de urbanização do conjunto de favelas financiado com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O projeto do teleférico foi baseado na experiência da Favela Santo Domingo, que reúne 130 mil moradores no coração de Medellín, na Colômbia. “Como aqui no Brasil a gente não constrói teleféricos, importamos a tecnologia da Pomagalki (Poma), empresa francesa especializada em transporte por cabo”, explica Júnior. O projeto de urbanização do complexo está orçado em R$ 493,3 milhões.

Fôrmas especiais

A execução dos pilares circulares que compõem a superestrutura do teleférico demandou um conjunto especial de fôrmas. “Tivemos que desenvolver um tipo de fôrma para atender aos diâmetros de 2, 2,5, e 2,8 metros dos pilares necessários para a obra”, explica o engenheiro Kassio Cunha, gerente da divisão Fôrmas da Locguel no Rio de Janeiro. 

Segundo o engenheiro, a fôrma convencional feita de PVC ou de papelão não suportava a carga necessária para esse tipo de pilar, de modo que foi necessário o emprego de sistemas trepantes compostos por anéis metálicos e sistema especial de travamento. “Após verificarmos as condições de lançamento de concreto, como peso específico, altura e velocidades de concretagem, foi possível estabelecer a pressão máxima atuante na parede da fôrma e assim dimensioná-la estruturalmente”, afirma.

Para a primeira concretagem, a fôrma foi subdividida em quatro “semi-luas”, unidas por parafusos, com um anel metálico na parte superior. Para as demais concretagens este anel, preso, garantiu o prumo e o alinhamento do pilar e serviu como suporte para a montagem posterior. 

Quando pronto, o teleférico terá capacidade de transporte de 30 mil passageiros por dia e permitirá aos moradores chegarem ao outro lado do complexo em, no máximo, 19 minutos. Segundo o presidente da Emop, a previsão é de que o teleférico comece a operar entre junho e julho do ano que vem.

Autor: PINIWeb