Engenharia – Óbidos

Situada no distrito de Leiria, a vila portuguesa de Óbidos é pequenina, mas tem um belo castelo e uma imponente muralha que é obra de engenharia fantástica. Sua história está envolta em certos mistérios. ertamente a localização privilegiada atraiu visigodos, árabes e romanos. Seu nome, inclusive, deriva do latim oppidum, que significa cidadela. Consta que foi a Ebbirobritium dos romanos.

Mas registros históricos da vila só surgem no início do século XII, quando ela passa a fazer parte dos domínios de D. Afonso Henriques, o que desencadeia anos e anos de batalha por sua posse entre portugueses e mouros. Finalmente, no final do mesmo século, D. Sancho I conquista definitivamente a localidade.

Em 1210, a vila foi doada às rainhas e começa a florescer. Elas tratam de embelezá-la com capelas e obras de arte e a vila ganha com a visita constante dos casais reais.

As muralhas mostram bem a importância que a Coroa dava a Óbidos. Não se sabe ao certo quando começaram a ser erguidas, mas há datações atribuindo ao período de D. Sancho a Torre do Facho, no limite sul das muralhas, o que as situariam também no século XII. Do que se tem registro escrito é do crescimento da vila para fora de suas muralhas no início do século XIV, quando houve uma reforma de seu sistema defensivo. Em 1527, as muralhas tinham exatamente o tamanho que têm hoje, 14,5 ha.

O castelo, situado no ponto mais alto, foi construído sobre uma fortaleza ali existente, por ordem do rei D. Dinis (século XIV), que o deu como presente de casamento à sua mulher, a rainha Santa Isabel. Já mais tarde, no tempo de D. Fernando, houve novos reforços na defesa da cidade.

As muralhas não obedecem ao padrão de outras espalhadas por Portugal, o perímetro é irregular e de feição oval. O castelo fica numa ponta, ao Norte, e a Porta da Vila, ao Sul, e a rua que os une, a Rua Direita, é o principal eixo de circulação da vila. Completamente rodeada por suas muralhas, Óbidos é uma jóia medieval que encanta, com casas brancas e flores coloridas. É difícil deixá-la.

Autor: O Globo