Flutuador desenvolvido pelo IPT percorre rio Tietê e chega a Itu

O flutuador desenvolvido no Centro de Engenharia Naval e Oceânica (CNaval) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento, foi lançado no Rio Tietê pela TV Globo na terça-feira, 1, para a produção de uma série de reportagens dentro do Projeto Rios de São Paulo.

Fabricado em isopor, coberto com material compósito (fibra de vidro + resina epóxi), o flutuador teve a geometria projetada dentro do CNaval, assim como sua usinagem, executada por um sistema automatizado com braço robótico. O equipamento, fornecido pela TV Globo, é composto por duas microcâmeras, um GPS para informar sua localização e um sensor para medir a quantidade de oxigênio na água.

O flutuador iniciou a sua trajetória na cidade de Biritiba Mirim, próximo à nascente do rio e percorrerá 500 quilômetros até Barra Bonita. A rota completa dos 30 municípios inclui a capital, e o equipamento será acompanhado durante todo o percurso pelo aventureiro Dan Robson a bordo de um caiaque.

As imagens gravadas ao longo do dia são extraídas pelo aventureiro. À noite o flutuador será recolhido à margem do rio e, ao amanhecer, será colocado no mesmo trecho, ficando exposto à correnteza do rio.

Dan passa por trecho com cachoeiras –  fonte – G1

O flutuador e seu guardião estão na região que fica entre os municípios de Cabreúva e Itu. Nesta quinta-feira, a expedição do rio Tietê faz boa parte do caminho por terra porque nesse trecho o rio é cheio de cachoeiras e não dá pra passar com o caiaque.

Na região a situação já é bem melhor, a qualidade da água e o nível de oxigênio.

O dia começa cheio de expectativas. “Tem muita pedra, muita cachoeira. A gente tira o caiaque e põe na próxima navegação e vai, a gente vai ter que andar muito porque é assim: mil metros, pedras, mil metros, pedras”, diz Dan Robson.

Desde que ele saiu ontem de Pirapora do Bom Jesus, Dan vem enfrentando muitas corredeiras. O rio é turbulento. Pela câmera do flutuador, dá pra ter idéia da agitação da água. “Não dá para controlar algo preso em você que está te ancorando”, diz o guardião do flutuador.

Dan Robson e o flutuador disparam na saída, em Cabreúva. Apesar da aparência um pouco melhor da água, o índice de oxigênio ainda é ruim e o varal de lixo está presente nas margens. A equipe de apoio segue viagem. Por asfalto, pela cidade, na zona rural, na terra.

O contato, às vezes, fica difícil. “A gente conseguiu o contato com o Dan e a gente está bem próximo já. Agora eu vou colocar as coordenadas aqui para ver a distância que a gente está dele”, diz Paulo Rogério Santos, agente de segurança.

O guardião do flutuador surge no horizonte. Até parece que foi tranqüilo, mas havia muitas pedras no caminho e as notícias não são boas. “Tinha cascalho de monte e um pouquinho de água só então eu passei e o flutuador ficou batendo igual ping-pong, ele levantou porque tinha uma rampa e bateu de quina. Só quebraram os botões, mas o caiaque está murchando. Vou ver onde que furou”, conta o Dan.

Dan iria navegar mais dois quilômetros, mas diante dos problemas no trecho, a segunda parte até o SOS Mata Atlântica, vai ter que ser feita por terra mesmo.

Hoje de manhã, às 6h40, em Cabreúva, o índice de oxigênio na água foi de 2,2, considerado ruim. Às 7h30, foi para 2,5. Às 8h20, o flutuador e o Dan precisaram sair da água. Nessa hora, o índice já era de 2,3, ainda ruim. A expedição seguiu por terra e às 10h40 o flutuador voltou a ser colocado na água. O índice chegou a um nível bom: 5,5.

A expedição do rio Tietê continua. O Dan Robson e o flutuador vão seguir até a cidade de Barra Bonita.

Autor: Midiacom e G1