IPT cria diretoria de inovação

O recém-criado cargo de diretor de inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas foi assumido pelo engenheiro metalurgista Fernando José Gomes Landgraf.

Graduado pelo Centro Universitário da FEI, Landgraf tem mestrado e doutorado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em engenharia metalúrgica e livre-docência pela mesma instituição. Ingressou no IPT em 1977, no antigo Laboratório de Metalurgia do Pó e Materiais Magnéticos, e nele permaneceu até 2005, ano em que deixou o instituto ao qual agora retorna.

Segundo o IPT, as atribuições da nova diretoria estarão baseadas em duas linhas, a primeira voltada às ações externas e a segunda às internas. Landgraf vê na primeira, da qual fazem parte iniciativas como o Laboratório de Estruturas Leves, em São José dos Campos, e a planta piloto de gaseificação de biomassa em Piracicaba (SP), os maiores desafios.

“Estamos trabalhando nesses e em outros projetos para combinar a atuação do IPT com a universidade, no apoio a uma ou mais empresas, com o uso de recursos do BNDES e da FAPESP. Trata-se de uma arquitetura complexa, daí a importância de uma diretoria para essa articulação”, disse.

Internamente, o principal desafio da nova diretoria será incentivar a inovação no IPT em uma ação simultânea à criação de metas ligadas à produção. “O conselho de administração solicitou a compilação mensal dos dados de produção do instituto. Eles não estão interessados somente no desempenho financeiro, mas também na produção”, disse Landgraf.

As formas de avaliação estão sendo discutidas pelo novo diretor em visitas aos centros técnicos, mas ele adianta que serão incluídos critérios tradicionais como metas de produção de artigos. “É importante que o IPT volte a valorizar a produção tecnológica, que nos últimos anos não apareceu como meta do instituto”, disse.

Tema cada vez mais presente em discussões teóricas, a distinção entre inovação radical (novas tecnologias e modelos do negócio) e incremental (melhoria dos sistemas já existentes) traz à tona a definição da posição a ser assumida pelo IPT em um mercado cada vez mais competitivo.

“O grande papel do IPT está ligado às inovações incrementais, pois somos em geral contratados por empresas em busca de tais necessidades. Uma inovação radical é um evento raro: estatísticas apontam que, do conjunto de patentes, uma a cada cinco mil pode ser incluída nessa categoria. Inovação é, em minha opinião, realizar da melhor forma o que a gente faz; não estamos na ponta da tecnologia a ponto de conseguir transformações radicais”, disse Landgraf.

O engenheiro retorna ao IPT em um momento de entrada de volumes significativos de investimentos do governo do Estado de São Paulo, destinados ao projeto de modernização do instituto.

Autor: Agência FAPESP