O secretário-adjunto municipal de Infraestrutura Urbana e Obras de São Paulo, Marcos Rodrigues Penido, e o diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, estiveram, no dia 18 de agosto último, na sede do Instituto de Engenharia para expor o Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo, que faz parte do convênio assinado entre a Prefeitura e o governo de São Paulo.
O programa, dividido em obras metropolitanas e da região sul do município de São Paulo, tem como objetivos ordenar o tráfego de passagem, hierarquizar e estruturar o transporte de passageiros e cargas na Região Metropolitana, já que 50% da riqueza do Estado passa por São Paulo. “Podemos dizer, a grosso modo, que 30% da riqueza desse País passa pela cidade de São Paulo, então é muito importante que haja o ordenamento e o bom funcionamento do sistema viário para que não tenhamos prejuízos”, enfatizou Penido.
As obras metropolitanas consistem na revitalização do viário norte (17,5 km) – uma alternativa de ligação entre os bairros Casa Verde, Santana e Vila Maria, que começará na av. Anastácio, cruzará a rodovia dos Bandeirantes, passará pela av. Braz Leme (trecho existente) e atravessará a av. Cruzeiro do Sul até a av. Nadir de Figueiredo. Segundo Penido, a av. Braz Leme será um modelo para essa via. A revitalização do viário sul (8,5 km) – localizada entre a Marginal Tietê e a Radial Leste – é também parte do programa, com início na av. Marquês de São Vicente, atravessando as pontes Vila Guilherme, Jânio Quadros, Dutra, Tatuapé até a av. Aricanduva. “Essa alternativa irá corroborar com o trabalho de mobilidade da Marginal com a necessidade de transporte de toda essa região [Leste]. (…) Estão previstas tanto obras de artes subterrâneas como viadutos para que haja o menor número de interferências possíveis transformando em uma via semi-expressa”, comentou o secretário.
As outras intervenções são: av. Tiradentes (passagem inferior da av. Ribeiro de Lima); complexo da av. do Estado entre av. Mercúrio e av. Cruzeiro do Sul, em que serão construídas várias passagens subterrâneas com objetivo de melhorar a fluidez da região cerealista; túnel da Sena Madureira sob a rua Domingos de Moraes; ligação em túnel da av. Cruzeiro do Sul com a av. Eng. Caetano Álvares; av. Aricanduva (viaduto sobre av. Ragueb Chohfi) e interligação Raposo Tavares, em que a proposta é a construção de uma ponte ao lado da já existente Ponte Cidade Universitária. No entanto, de acordo com o secretário, essa região faz parte da Operação Urbana Vila Sônia, em que planeja a requalificação de toda a região com estudos da melhoria da condição ambiental, habitacional e do transporte viário, por isso esse projeto pode ou não ser incorporado à operação urbana.
Já as obras da região sul constituem na reurbanização da represa Guarapiranga e recuperação de vias; nos melhoramentos e alargamento da Estrada de Itapecerica, da av. Sadamu Inoue e implantação de terminal de ônibus, da Estrada do M’Boi Mirim, da Estrada da Cachoeirinha, da av. D. Belmira Marin e da av. Carlos Lacerda; na implantação do prolongamento da av. Carlos Caldeira Filho.
Outros empreendimentos fazem parte do programa, como a ampliação da Jacu-Pêssego e o prolongamento da Av. Roberto Marinho e da Chucri Zaidan. A Jacu-Pêssego, com conclusão prevista para março de 2010, será uma alternativa que ligará a Rodovia Ayrton Senna até o Rodoanel Sul, passando por Mauá. Segundo o secretário-adjunto, essa ligação permitirá que todo o transporte que vem do Rio de Janeiro e de Minas Gerais não trafegue pela Marginal Tietê. “Essa obra será um minianel do Rodoanel Leste, que, além de trazer comodidade para alcançar o Porto de Santos, será uma via de desenvolvimento na região Leste de São Paulo.”
Já o prolongamento da av. Roberto Marinho até a Imigrantes que, além de ligar os bairros Jardins, Morumbi e Itaim à rodovia, proporcionará a requalificação urbana da região do Jabaquara com a implantação de uma Via Parque – duas pistas nos dois sentidos com um parque central.
Quanto ao prolongamento da Chucri Zaidan, desde o Shopping Morumbi, com a construção de uma nova ponte sobre o rio Pinheiros, hoje chamada de Ponte Burle Marx, até a av. Perimetral (em execução) que chegará até o estádio do Morumbi. “Será uma obra muito importante dentro do programa da Copa de 2014.”
Além da explanação dessas iniciativas, Penido comentou rapidamente sobre a adequação viária da Marginal Tietê e mostrou infográficos de quatro complexos de pontes e viadutos. São eles: Tamanduateí, Ponte das Bandeiras, Ponte Cruzeiro do Sul e Ponte Tatuapé.
Nova Marginal Tietê
Após a explanação do secretário, o engenheiro Paulo Vieira de Souza – diretor da Dersa – fez sua palestra especificamente sobre a adequação viária da Marginal Tietê e o programa de compensação ambiental no local.
Com o benefício de reduzir 35% no tempo das viagens após a conclusão da Marginal Tietê, a obra é basicamente a construção de uma pista auxiliar, entre as pistas expressa e local. Hoje, a Marginal possui de sete a nove faixas de cada lado, com a conclusão deverá ter de nove a 14 faixas em alguns pontos. Além disso, haverá a construção de três pontes e um viaduto. Consequentemente, diminuirá os congestionamentos, a emissão de gases, o desperdício de combustível, os custos de manutenção das vias e dos veículos e acidentes. “A Marginal Tietê é uma obra de vital importância para São Paulo e para o Brasil”, disse Souza.
Com todo esse processo da adequação viária da Marginal Tietê, a questão ambiental não foi esquecida. O programa de compensação ambiental prevê o plantio de 83 mil árvores no entorno e quase 5 mil ao longo da marginal, além da relocação de quase mil árvores.
Em paralelo a essa compensação, o diretor da Dersa mostrou o Programa Várzeas do Tietê, em que a principal proposta é proteger o rio Tietê. A primeira fase, que está em execução, com 15 km de extensão, será da Barragem da Penha ao Trevo das Pimentas e terá a construção de ciclovia, estrada parque e calçada.
Em sua apresentação, Souza mostrou ainda imagens dos projetos de obras de arte dos complexos Cebolão, Anhanguera, Bandeirantes,Tamanduateí, Ponte das Bandeiras, Tatuapé, os trechos de plantio e transplante de árvores ao longo da Marginal Tietê e as pontes existentes que serão estaiadas (Freguesia do Ó, Limão e Casa Verde) para permitir que os pilares centrais sejam retirados dando lugar à construção das vias auxiliares.
A conclusão da pista central está prevista para fim de março de 2010. Ainda segundo o diretor da Dersa, o projeto Marginal é itinerante porque as dificuldades vão aparecendo à medida da sua execução.” Temos algumas surpresas, algumas alegrias e tristezas”, mas, com certeza, haverá significativa melhoria na mobilidade urbana.
Autor: Fernanda Nagatomi
