NA MÍDIA – Pontes sem conservação são risco para motoristas

Infraestrutura também tem prazo de validade. Quando esse prazo vence, ou a manutenção não é correta, o resultado são acidentes, interdições e prejuízos.

Pelas capitais brasileiras é comum encontrar pontes e viadutos com ferragens expostas, trincas e até árvores crescendo nas fendas. É na cidade com o trânsito mais pesado do país que esses problemas ficam mais evidentes.

Buracos, barras de contenção arrebentadas, vigas com rachaduras. Os sinais da falta de manutenção estão presentes em vias movimentadas de São Paulo. A água jorra sem parar em uma ponte no Rio de Janeiro. Em cima, o piso dos pedestres está solto.

“Temos uma taxa enorme de nossa infraestrutura construída na década de 1950, 1960 e um pouco ainda na década de 1970. Isso envelheceu. Não foi tratado adequadamente, não foi objeto de programa de manutenção”, aponta Marcelo Rozenberg, do Instituto de Engenharia-SP.

Em alguns casos, a imprudência aumentou. Há várias marcas deixadas pelos caminhões. Um dos principais problemas é a distância entre o chão e o teto. Os veículos de carga ficaram maiores e as placas que deveriam sinalizar corretamente nem sempre são exatas. Resultado: são comuns as colisões contra a estrutura.

Na Marginal Tietê, na semana passada, um caminhão que transportava caixas de fósforos pegou fogo e ficou em baixo de uma ponte. Um estudo feito três anos atrás pelo Sindicato das Empresas de Arquitetura e Engenharia de São Paulo já apontava essa mesma ponte como uma das piores de São Paulo.

“Ponte tem prazo de validade, assim como todas as estruturas. O prazo de validade de uma ponte em geral é de 50 anos. O que a gente chama de prazo de validade é o ponto a partir do qual vai ficar tão caro recuperar uma estrutura que vai valer a pena demolir e construir uma nova. Só que isso traz um transtorno social muito maior do que se fizer recuperações progressivas”, afirma Marcos Monteiro, da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural.

Outro problema é o surgimento de vegetação. Uma árvore, por exemplo, não deve crescer numa ponte. Essa não é a primeira vez que mostramos esse tipo de situação. Em agosto de 2006, a nossa equipe de reportagem mostrou que a árvore crescia no vão da ponte. Ela continua lá. Ao lado dela, ferrugem e pequenas rachaduras começam a surgir.

“A árvore tem que estar no seu lugar adequado, nos jardins, nas praças, no parque e não no meio do viaduto”, diz Marcos Monteiro, da Associação Brasileira de Engenharia e Construção de Estrutura.

A prefeitura de São Paulo informou que a reforma e manutenção de viadutos e pontes segue um cronograma elaborado pelos técnicos da secretaria de obras e que, em casos emergenciais, como um acidente, a ponte ou viaduto é imediatamente vistoriado.

Ainda segundo a prefeitura, a ponte da Freguesia do Ó, onde o caminhão pegou fogo não sofreu danos estruturais. 

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Autor: Tô Sabendo.com