Petrobras gasta R$ 4,58 bilhões no gasoduto Coari-Manaus

No documento, a estatal diz que o motivo do encarecimento seriam os aditivos contratuais com as empreiteiras envolvidas na obra

O relatório do Comitê de representantes da Eletrobras, Petrobras, Amazonas Energia e Cigás – encarregado de avaliar o custo do transporte do gás natural – aponta que o orçamento para a construção gasoduto Urucu-Manaus, da Petrobras, teve um aumento de 84% desde o início da obra, em 2006, até março desde ano. O valor inicial previsto pela estatal era de R$ 2,4 bilhões agora o valor chega a R$ 4,58 bilhões.

No documento, a estatal diz que o motivo do encarecimento seriam os aditivos contratuais com as empreiteiras envolvidas na obra. De acordo com fontes da empresa, mais um destes aditivos, no valor de R$ 200 milhões, estaria sendo negociado entre a Petrobras e o consórcio Consag (das construtoras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia), responsável pela construção do trecho do gasoduto entre Coari e Anamã. A estatal, no entanto, nega a articulação.

Os aditivos nos contratos estão entre os objetos de investigação da CPI da Petrobras. A Petrobras tem autonomia para contratar grandes obras sem licitação pública. O Tribunal de Contas da União, no entanto, tem questionado os aditivos contratuais acima de 25%, limite permitido por lei.

Na Ale
Este montante levou o deputado Ângelus Figueira (PV) a manifestar-se no plenário da Assembléia Legislativa ontem (15). Outros parlamentares o apoiaram ao considerarem a cifra muito alta para uma obra que, conforme a estatal, vai ser entregue somente em setembro, apesar das matrizes geradoras de energia ainda não estão prontas.

Projeto inicial
Figueira lembrou que no projeto inicial, em 2006, o gasoduto deveria sair por R$ 1,3 bilhões e deveria ter sido entregue em novembro de 2008, visando abastecer a cidade de Manaus e algumas cidades como Iranduba, Manacapuru, Tefé e Beruri com o gás natural.

O deputado disse que até o ano passado já haviam sido gastos mais de R$ 2,4 bilhões, quase que o dobro do orçamento inicial, e a obra não foi entregue.

– Atualmente a obra já está na casa dos R$ 4 bilhões, sem contudo ter sido concluída, o que me leva a crer que houve falta de planejamento e descaso com o dinheiro público, disse Figueira.

Entrega
O mais grave na opinião do deputado é que enquanto a Petrobras aponta que fará a entrega do gasoduto em 90 dias, a Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), que fará a distribuição do produto, ainda não aprontou a rede de distribuição de gás natural.
– Sequer foi feita a licitação para que as usinas façam a mudanças das matrizes energéticas para receber o gás natural, afirmou o parlamentar.

Autor: Portal Amazônia