Nova marginal Tietê custará R$ 1,3 bilhão

As obras de ampliação da marginal Tietê custarão R$ 1,3 bilhão e devem começar dentro de 15 dias. Em cada sentido, serão construídas três faixas para os automóveis entre as pistas local e expressa, onde hoje existem canteiros arborizados. 

O empreendimento, que prevê também quatro novas pontes e três novos acessos à avenida, será concluído em setembro de 2010, diz o governo paulista. 

Ontem, o governador José Serra (PSDB) assinou a ordem de serviço que autorizou o início das obras.
Anunciou que, para dar lugar às novas pistas, 559 árvores ao longo dos canteiros serão cortadas. 

Como compensação ambiental, o Estado plantará 4.900 árvores ao longo da marginal e de seus acessos -o que dobrará o número atual. Também plantará 83 mil em outras regiões da cidade e mais 83 mil no futuro parque da Várzea do Tietê, entre São Paulo e Guarulhos. Ao todo, a compensação ambiental consumirá R$ 60 milhões -5% do custo da ampliação. 

Os ganhos à fluidez do trânsito serão da ordem de 35%, segundo o governo, que prevê também benefícios ambientais, já que menos tempo perdido pelos veículos em congestionamentos significa menor emissão de poluentes no ar. 

Especialistas questionam a necessidade de uma obra desse porte para beneficiar principalmente os usuários de automóvel. “Esse dinheiro poderia ser aplicado em corredores de ônibus, por exemplo”, diz o consultor Horácio Figueira. 

Estais

As obras em 15 km dos 22,5 km da marginal ficarão a cargo da estatal Dersa. Nesse trecho, que vai da ponte da CPTM até a ponte do Tatuapé, elas custarão R$ 750 milhões e serão realizadas pelas empreiteiras EIT, Egisa, Delta e Sobrenco. 

A ampliação nas extremidades ficará por conta das concessionárias de rodovias com acesso à marginal, que juntas investirão R$ 200 milhões. 

O trecho de 4 km entre o viaduto da CPTM e o Cebolão, onde ficam os acessos às rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Castello Branco, será construído pela AutoBan e pela ViaOeste. Os 3,5 km entre a ponte do Tatuapé e a rodovia Ayrton Senna serão feitos pela EcoRodovias, que assumirá a estrada. 

Outros R$ 130 milhões serão gastos em desapropriações -a maioria são terrenos do próprio poder público, segundo o governo. Projetos, gerenciamento de obras, interferências na rede elétrica e tubulações de água e gás e reassentamentos consumirão R$ 185 milhões. 

Nos trechos sob as atuais pontes, as novas pistas vão se “desviar” de pilares nos canteiros. Em quatro delas (o governo não disse quais), onde esse espaço é muito estreito, os pilares serão derrubados e darão lugar a outros sobre as próprias pontes, com estais (barras metálicas como as da ponte Octavio Frias de Oliveira, na zona sul). 

Segundo o secretário dos Transportes, Mauro Arce, ainda não foram definidos em que locais as obras terão início. 

A previsão do governo é que as pistas sejam inauguradas em março. Pontes e acessos ficarão para o segundo semestre.

Autor: Folha de S. Paulo