Arqueólogos encontram objetos de mais de 200 anos no trecho sul do Rodoanel

Durante o período de escavações, que durou um ano, foram localizadas peças de cerâmica, telha e louça, que revelam dados importantes sobre a ocupação histórica da região metropolitana, principalmente na área oeste da cidade de Embu. Os objetos mais antigos são do século XVIII. 

Sob coordenação do professor Paulo DeBlasis, uma equipe de jovens arqueólogos do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE) trabalharam em sítios com potencial de pesquisa ao longo do traçado do Trecho Sul, no período entre 2006 e meados de 2007. 

Durante as escavações foram encontrados vestígios de ocupação histórica da região metropolitana, principalmente na área oeste da cidade de Embu. Os objetos descobertos mais antigos são do século XVIII. “Foram escavados todos os sítios encontrados ao longo do traçado. Alguns eram muito discretos, sendo pouco trabalhados. Outros, como MBoi Mirim e o Casarão dos Moraes, foram trabalhados mais intensamente”, revela o professor Paulo DeBlasis. 

Após esse processo foram feitos trabalhos fora da área de impacto direto do traçado. Essa etapa foi concluída em março deste ano. 

Para o professor DeBlasis, essas descobertas são importantes na medida em que ajudam a compreender a natureza da ocupação utilizada na região antigamente, tais como o uso de cerâmica, telhas e louças, até arquitetura e mão de obra. “No caso dos materiais históricos, especialmente as louças, muitas vezes sabe-se o período de fabricação das séries industriais, o que possibilita localizar o tempo com precisão aproximada. Sabemos, por exemplo, que as cerâmicas encontradas no Rodoanel datam, no máximo, do final do século XVIII”, afirma Paulo. 

As parcerias empresa-museu ocorrem desde a promulgação da das leis sobre impacto ambiental em 1988 e revelam o empenho da Dersa, que executa as obras do Rodonel, na preservação não só do meio ambiente, como do patrimônio cultural existente na região por onde passará a via. Esse trabalho cuidadoso começou no trecho Oeste e continua no trecho Sul, que é mais um exemplo muito bem sucedido”, segundo o professor DeBlasis. 

“Essas escavações iluminam um período pouco documentado da história paulista, sobretudo quando se lança o olhar para as regiões periféricas da capital”, conclui. 

Os itens encontrados nessa pesquisa estão no MAE e deverão ser transferidos para o Museu de Arqueologia que está sendo implantando no município de Carapicuíba.

Autor: Assesoria de imprensa