Energia nuclear é opção a combustíveis fósseis, diz pesquisa

Mais de dois terços das pessoas no mundo acreditam que seus países deveriam começar a utilizar ou aumentar a utilização da energia nuclear. Essa é a conclusão de pesquisa global realizada pela empresa multinacional de consultoria Accenture.

Realizada com mais de dez mil pessoas por meio de entrevistas on-line em 20 países, a pesquisa mostra que 69% dos entrevistados apoiam o uso ou o aumento do uso da energia nuclear em seus países.

De acordo com a pesquisa, de maneira geral, o sentimento se tornou favorável à energia nuclear, com 29% dos entrevistados se declarando mais a favor de seus países começarem a utilizar a energia nuclear ou aumentar seu uso do que se mostravam há três anos.

A grande maioria (88%) dos consumidores acredita ser importante para seus países reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Mais de quatro em dez consumidores (43%) disseram ver a energia nuclear como um meio de alcançar um futuro com baixas emissões de carbono. Já 9% acreditam que apenas o aumento da energia nuclear vai ajudar a reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

Para o diretor da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), Edson Kuramoto, a pesquisa demonstra uma maior preocupação da população mundial com o meio ambiente, já que a energia nuclear tem emissão muito pequena de CO² e por isso agride menos a camada de ozônio. Outro ponto levantado pelo diretor é em relação aos altos preços dos combustíveis fósseis. “Certamente muitos desses entrevistados estão preocupados com a assustadora alta dos combustíveis fósseis. A estabilidade do preço da energia nuclear é muito maior.”

Na opinião de Kuramoto, o mais importante é que o Brasil domine a tecnologia de enriquecimento de urânio. “Fazemos parte do seleto grupo de 11 países no mundo que dominam essa tecnologia. Não podemos abrir mão disso, principalmente se pensarmos no potencial de nossas reservas de urânio.”

O diretor de projetos especiais do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), José Augusto Perrotta compartilha da opinião de Kuramoto. “Somos detentores dessa tecnologia e o governo está em linha com a importância disso já que o plano do Ministério de Minas e Energia prevê mais quatro usinas nucleares até 2030”, afirma Perrota. Ele destaca que essa é uma opção totalmente técnica. “Precisamos de mais uma fonte de energia que seja menos poluente. As pessoas já têm ponto de vista mais técnico e menos ideológico”, afirmou Perrota.

Autor: DCI