Construtora usa em obra de habitação técnica de off shore

O aumento dos preços das matérias-primas da construção civil, devido ao aquecimento do mercado, levou a Mundi Incorporações a aplicar nas obras habitacionais em andamento a experiência adquirida no setor off shore, com soluções como formação de estoque, aquisição de insumos em outros estados e exterior, compra em parceria com outras empresas, substituição de materiais, maior gerenciamento e até fabricação própria de insumos.

O presidente da Mundi, engenheiro Manoel Franklin de Sá, afirmou que a falta de insumos e o aumento de preços são comuns no off shore. “As soluções sempre passam por planejamento mais realista, que já prevê as faltas e soluções antecipadas”, disse ele.

Para a aquisição de andaimes, por exemplo, um dos produtos críticos, a Mundi foi à China, onde descobriu o produto modulado, fabricado à base de resinas leves, de alta densidade, e que possui as mesmas características e resistência que os andaimes de aço. A Mundi adquiriu 30 mil metros quadrados dos tubos, obtendo ganho maior do que a locação dos andaimes no Brasil.

No Chile, a Mundi encontrou fornecedor capaz de adaptar plataformas elevatórias a caminhões produzidos no Brasil, alternativa que reduz o custo do equipamento e funciona com a mesma eficiência.

“Assim, resolvemios a dificuldade para obter o produto e reduzimos gastos. Já para comprar as betoneiras não foi preciso ir longe. No interior do Brasil, junto a empresas falidas, encontramos betoneiras em perfeito estado”, afirmou Franklin.

Há insumos que a empresa prefere fabricar. É o caso dos tijolos de cimento. Em sua obra Vivendas Club Residence, em Itaboraí, a 50 quilômetros do centro do Rio, cerca de 70% dos tijolos de cimento utilizados vieram da fábrica da Mundi, localizada em Rio das Ostras.

A empresa fabrica outros artefatos de cimento, como arabescos, divisórias, anéis de manilhas, tampas de bueiros, ralos e caixas. Franklin explicou que a fábrica ajuda a reter mão-de-obra no período entre uma obra e outra. “Quando o bom profissional acaba a obra, fica na fábrica até começar outra”, disse.

Segundo o executivo, essas estratégias só trazem ganhos de escala com intenso planejamento e controle de ações durante a execução das obras. “”Todos os meses recebo relatórios de cada obra, com os desvios que ocorreram. A partir deles, desenvolvemos soluções”, explicou.

Segundo ele, o objetivo é não permitir que haja aumento de custos em função dos imprevistos. “O meu maior desafio é fazer com que os gestores das obras trabalhem dentro da margem de custos estabelecida e não ultrapassem os limites previstos”, disse ele.

Na Mundi, o orçamento é feito por valores unitários de cada material empregado e não por percentuais estabelecidos em tabelas.

“Calculamos a quantidade exata do que vamos usar. Assim, chegamos a preços mais reais e temos domínio dos valores. Somos senhores do resultado e não da venda, pois nossa meta é manter os preços iniciais e não repassar perdas ao consumidor”, acrescentou. A Mundi foi criada em 2007 por meio de sociedade entre as empresas Empresol, Apis Engenharia e o Grupo Prizma.

Autor: Jornal do Commercio