A falta de literatura na área de engenharia portuária levou o professor Máximo Borgo, da Consulport Consultoria em Transportes, a escrever o livro “Elementos de Engenharia Portuária”. A publicação conta com 380 páginas, pacientemente elaboradas, será lançada no dia 4 de dezembro, na cidade de Vitória (ES). O prefácio é de Arnoud Marcos, ex-presidente da Portobrás e hoje diretor da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep). A primeira edição contará com 1.500 exemplares.
“Elementos de Engenharia Portuária” é um livro técnico destinado a estudantes de engenharia e a profissionais que estão ingressando no setor portuário. O professor Borgo lecionou por muito tempo e, para elaborar o livro, separou suas anotações de aula e fez as devidas atualizações. Segundo ele, o objetivo foi dar uma estrutura voltada para o que é essencial para o projeto de um porto – sua concepção, estudo de hidráulica, acostagem, dragagem, sinalização e um capítulo específico sobre meio ambiente.
“Procuramos mostrar o que há de mais atualizado na bibliografia internacional para dar acesso não só aos alunos, mas também aos profissionais da área de engenharia. Com as privatizações, muita gente que não tem formação básica de porto está vindo para o setor. Este fenômeno está acontecendo em todo o Brasil”.
O professor lamenta que as escolas de engenharia pouco explorem a área portuária. “Desde que eu me aposentei, saí da universidade, a cadeira de porto não é ministrada periodicamente”. Ele se admira quando percebe que um estado, como o Espírito Santo, que é um pólo portuário de tanta importância e está entre os três maiores complexos do Brasil, “não temos formado gente para o setor”.
O livro não aborda somente aspectos técnicos. Borgo adicionou à publicação três cases – adequação do layout do Porto de Barra do Riacho (Aracruz); estudo de como se calcula o volume de dragagem de um porto, tomando como exemplo o trabalho realizado em Barra do Riacho; e o terceiro case foi o estudo realizado, em 2004, do canal de acesso ao Porto da baía de Vitória – todos elaborados pelo próprio professor, por intermédio da sua empresa (Consulport).
“Procuramos mostrar o que há de mais moderno. A evolução das embarcações. Tem fotografia histórica. Pouca gente sabe que tivemos, no passado (década de 1980), uma linha de navio roll on – roll of Vitória-Imbituba, trazendo carretas”.
Outra novidade no livro é um estudo de simulação aplicado ao projeto portuário. Estudo feito no Centro de Instrução Almirante graça Aranha (Ciaga) – Rio de Janeiro (RJ) – e na Minerações Brasileiras Reunidas (MBR), em Mangaratiba (RJ). E mais: a publicação trata de obras de proteção, de acostagem, cálculos que devem ser considerados, ação dos ventos sobre o navio, o que é uma monobóia, o que é dragagem, tipos de dragas, planejamento de dragagem, o que é uma batimetria e obras complementares (pavimentação do cais).
Ele fala, com humildade, que ninguém pode dominar todos os assuntos e o que prevalece é a vivência, a experiência e a busca por bibliografias para orientação. “Depois as pessoas podem continuar a se desenvolver”.
O professor agradece a algumas empresas que garantiram a edição do livro, como a Cia. Docas do Espírito Santo (Codesa), Multilift, Mineração Curimbaba, LBH Group, Órgão gestor de Mão-de-obra (Ogmo/ES), Terca, Tecnic, Silotec, Samarco Mineração, Tegma (Grupo Coimex) e a própria Consulport. Agradece, também, a Leonardo Borgo (sobrinho) que fez todas as figuras ilustrativas.
Autor: Abemi
