O desafio de melhorar São Paulo

No dia 15 pela manhã, o secretário Estadual de Emprego e Relações do Trabalho Afif Domingos esteve no Instituto de Engenharia para abrir o Ciclo de Estudos e Debates sobre o desenvolvimento da qualidade de vida. Estiveram presentes as seguintes autoridades: Alfredo Cotait Neto, secretário de Relações Internacionais da Prefeitura; João Alberto Manaus Correa, presidente do Sinaenco SP; João Batista Crestana, presidente do Secovi; José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco Nacional; João Octaviano Machado Neto, presidente da Prodam; Caio Luis de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo; Paulo Germano, Secovi. Como coordenador da mesa principal, o presidente do Instituto Edemar de Souza Amorim.

A apresentação do secretário estadual teve como principal tema a melhora da cidade de São Paulo, em curto prazo, para que esta se torne exemplo de capital cosmopolita, com debates profundos sobre todas as questões do município. “O governo deve pensar a realidade de São Paulo por meio de uma boa estratégia, compactuada com a sociedade, permitindo o debate entre o governo e a comunidade”, comentou, lembrando que o projeto deve ser realista e ousado, já que os recursos, na maioria das vezes, são curtos.
Para tanto, serão necessárias parcerias com vários setores, entre eles o privado. A conclusão total do projeto está prevista para 2025, por causa de quatro datas importantes: em 2014 a Copa do Mundo; em 2020 a Feira Mundial; em 2022 o bicentenário da Independência e os cem anos da Semana de Arte Moderna.

São Paulo é uma grande cidade, caracterizada por: ser a 3ª Maior Bolsa de Valores do Mundo, a segunda da América Latina e a 19ª em potencial de recursos; ter 54 das 100 maiores empresas estrangeiras; ser uma das quatro melhores cidades para se fazer negócio; ter duas mil empresas com atividades de pesquisa e desenvolvimento; ter o maior centro médico hospitalar da América Latina; ter a segunda melhor universidade do Mundo e as melhores escolas de negócios; ter 70 culturas distintas vivendo em harmonia; ter 120 teatros, 88 museus, 280 cinemas, um evento a cada seis minutos, além de seu pólo logístico.

Uma das propostas, para chegar ao resultado desejado, é homogeneizar o Plano Diretor da cidade até 2025, já que São Paulo cresceu de maneira desordenada. Além disto, a cidade deve ser avaliada com seus passivos e ativos, de maneira a oferecer qualidade de vida à população.

Ele citou, entre outros temas, quais devem ser as diretrizes de ação. “É necessário aumentar a mobilidade, melhorar a saúde, dar acesso à cultura (por meio de ações como a Virada Cultural), qualidade ambiental e desenvolvimento urbano ordenado”.

Moradias – Atualmente são 810 mil habitações irregulares, sendo que todas elas se localizam em áreas com problemas: de baixa escolaridade, desemprego, alta mortalidade neo-natal e o crime organizado. Essas regiões são os extremos: Norte, Sul e Leste. De todas estas moradias, entre 2009 e 2012, é possível regularizar 300 mil e as demais dividir em duas etapas. Mas, segundo ele, se houver prioridade em atender esta questão, este número pode ultrapassar 500 mil, até o final de 2012.

“É preciso uma política para recuperar o atraso destas áreas”, comentou. Para tanto, Afif afirmou que são fundamentais os programas de regulamentação fundiária e da atividade econômica; educação de jovens e adultos; melhoria da saúde e da segurança; urbanização das favelas, com iluminação, ruas asfaltadas, água e esgoto. Com isto, até mesmo os postos policiais ficarão mais eficazes.

Outro tema proposto pelo secretário é a regularização da atividade econômica, dos microempreendedores que ganham até R$ 3 mil, diminuindo a burocracia e efetuando o pagamento dos impostos em forma de carnê, chegando ao máximo de R$ 50.

Além disto, é preciso avançar na questão da tecnologia da informação, levando informáticas às escolas, mas antes de tudo aos educadores. “O desafio é pensar nos próximos cinco mil dias. É necessário criar centros culturais e de convivência para jovens e adultos, além de clubes escolas”, disse.

Saúde – Outro ponto importante é complementar a área de saúde, dotando as equipes da mais moderna tecnologia de transmissão de dados para centro de diagnóstico. “O que é exclusividade da Av. Paulista, temos que levar para a periferia”. Com o uso da Telemedicina, vai se racionalizar o sistema de atendimento, aplicando o princípio: “os dados viajam, as pessoas não, impactando positivamente o problema de mobilidade em São Paulo”, concluiu.

Autor: Viviane Nunes