A gravidade da crise de crédito, o novo leilão de rodovias paulistas, o papel do BNDES

“A escassez de crédito internacional reduz expectativa de deságio no leilão de estradas paulistas, em outubro”, destacou reportagem da Folha de S. Paulo, de anteontem, intitulada “Crise pode afetar
leilão de rodovias em SP”. A matéria foi concluída com a admissão pelo secretário de Transportes, Mauro Arce, de que o leilão pode vir a ser adiado “se o aperto no crédito afetar um grande número de
empresas interessadas em participar do mesmo”. 

Este poderá representar o primeiro impacto direto, num projeto de parceria público- privada da infra-estrutura brasileira, da crise de instituições financeiras norteamericanas, de implicações globais, agravada nas últimas semanas. 

A reportagem da Folha mostra como a redução do crédito externo dificulta e poderá inviabilizar, na concessão de novas rodovias paulistas, a manutenção do desconto de até 60%, na tarifa de pedágio, que as empresas decidiram aceitar na licitação do Rodoanel, ao mesmo tempo que encarece a obtenção do financiamento (privado) de que elas precisam para pagamento da outorga, de quase R$ 3,5 bilhões, exigida pelo governo do estado (para a qual não há financiamento do BNDES ou de instituições
como o BID). 

Restrições essas que, se persistirem daqui para a frente,vão reclamar – segundo o presidente da APEOP, Arlindo Moura – uma revisão do modelo dessas concessões de forma a garantir o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos que serão gerados.

Autor: Informativo APEOP