Saneamento básico e higiene dominam a Conferência sobre a Água em Estocolmo

Dois mil e quinhentos especialistas vão se reunir hoje (18) para discutir questões sobre saneamento básico e higiene, por ocasião da Semana internacional da água em Estocolmo, preocupados com o fato de um terço da humanidade não ter acesso a instalações sanitárias. 

Esta situação pode ter conseqüências dramáticas para a saúde pública e representa um verdadeiro desafio para a comunidade internacional, pois a água é um recurso vital cada vez mais escasso. 

O aumento da população mundial e o desenvolvimento acelerado da Ásia e da África estão esgotando as reservas de água do planeta. 

Hoje, 20% da população mundial sofrem com a falta de água e este percentual deve chegar a 30% em 2025, segundo as Nações Unidas. 

Com o título “Progresso e perspectivas sobre a água: para um mundo mais limpo e mais saudável”, a 18ª edição da Semana internacional da água, que está sendo realizada na capital sueca, terá ateliês e conferências animadas por cientistas, representantes de empresas e governo, assim como membros de ONGs e das Nações Unidas. 

Este ano, os participantes darão ênfase em particular os perigos ligados à falta de higiene e de saneamento básico, aos quais 2,6 bilhões de pessoas não têm acesso. 

“Não é muito comum falar de banheiros, excrementos e menstruações, mas são questões chaves estreitamente ligadas ao desenvolvimento”, explicou à AFP Stephanie Blenckner, porta-voz do Instituto internacional de água (SIWI), organizadora do evento. 

“Cinco mil crianças morrem a cada dia de diarréia por falta de higiene e de banheiros decentes”, acrescentou, destacando que a educação em torno destas questões tem um papel primordial.
Outro tema do encontro será o do impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente. 

“Temos que entender que o que comemos, o que compramos, tem conseqüências imediatas sobre os recursos em água”, explicou Blenckner. 

A exploração dos recursos naturais deve necessariamente se intensificar para responder à demanda 
crescente de bens, alimentos, serviços e para combater a pobreza no mundo. 

Terça-feira, o dia será dedicado à Ásia, que representa 60% da população mundial e cujo desenvolvimento econômico exponencial contribuiu amplamente para reduzir os recursos em água disponíveis. 

Hoje, a água disponível por pessoa representa de 15% a 30% do que ela era nos anos 50.
Blenckner lembrou também que os países europeus não estão livres dos problemas de água, ressaltando que “20 milhões de europeus não têm acesso a instalações sanitárias decentes”. 

Os especialistas discutirão também as soluções concretas que pode ser adotadas para se adaptar às 
mudanças climáticas. 

“A questão não é mais saber se há uma mudança climática ou não. Sabemos que há um aquecimento climático e precisamos reagir”, disse Stephanie Blenckner. 

A Semana Internacional da água, que se tornou com o passar dos anos um dos grandes encontros mundiais sobre as questões envolvendo a água, será oficialmente aberta segunda-feira com um pronunciamento do professor britânico Anthony John Allan, que recebeu o Prêmio da Água de Estocolmo 2008.

Autor: Yahoo