Caçapava terá primeiro centro empresarial aeroespacial

O pólo aeroespacial do Vale do Paraíba (SP) terá o primeiro núcleo nacional construído especificamente para abrigar empresas do setor. O Centro Empresarial Aeroespacial ficará em Caçapava, a poucos quilômetros de São José dos Campos (SP) e entrará em funcionamento em setembro de 2009. O local será dotado de infra-estrutura aeronáutica própria, o que inclui uma pista de pouso e decolagem com 1,5 mil metros. 

O empreendimento é totalmente privado, idealizado e construído pela Penido Construtora e Pavimentadora. O complexo foi lançado oficialmente no último final de semana. O valor do investimento inicial foi de R$ 10 milhões e abrigará mais de 450 empresas, inclusive com espaço para fabricantes de pequenos aviões, hangares para companhias de táxi aéreo e aviação executiva. 

“Ao analisar as necessidades dos empresários do setor que decidimos construir esse centro aeroespacial, totalmente equipado para atender esse segmento. É o primeiro do Brasil neste sentido. Ocupará uma área de 100 alqueires entre as rodovias Carvalho Pinto e a Dutra, com acesso pavimentado para ambas as estradas”, comentou o diretor executivo da empreendedora, Rogério Penido. 

O espaço será um condomínio que contará com 474 terrenos industriais, variando de 1,5 mil até 35 mil metros quadrados. O projeto, a ser iniciado dentro de dois meses, terá 18 mil vagas de estacionamento de veículos, sala de controle de vôo, instalações para bombeiros, escolas de pilotagem, controladoria, elétrica e mecânica de vôo. 

Também está em fase de negociação a instalação de cursos superior em engenharia aeronáutica pelas Universidade do Vale do Paraíba (Univap) e da Universidade Paulista (Unip). Segundo o executivo, o planejamento do lugar comportará 10 mil profissionais. 

Além de pousos diurnos e noturnos de aeronaves com até 40 toneladas, como um Boeing 737 vazio. Entre as vantagens apresentadas por esse centro está a proximidade com São Paulo, por volta de 100 quilômetros, e a isenção de locações e tarifas existentes nos aeródromos públicos. 

“O único custo será o de condomínio, nosso objetivo é facilitar ao máximo a vida do empresário”, observou Penido. O espaço aeronáutico, em construção numa antiga fazenda, tem mais de 8 quilômetros de arruamento preparado para transporte de aviões, um heliponto e 235 lotes com acesso direto a pista. Local para abastecimento, pátio de aeronaves e um esquema de segurança patrimonial que envolve desde rondas a portarias controladas por computadores. 

O projeto, que entrou em fase de comercialização, tem aprovado um centro de convenções e de administração, restaurante, hotel e abrigo para 150 helicópteros. A compensação ambiental é feita por vasta área verde de vegetação remanescente da Mata Atlântica e a implementação de cerca viva. 

Mesmo ciente da demanda reprimida por esse tipo de empreendimento, o empresário se espantou com a rapidez da resposta do setor. Em dois dias foram reservados 70 terrenos, entre os interessados se encontra a fabricante de aviões GP Aerospace, do ex-diretor da Embraer, Guido Pessotti e uma empresa espanhola, que tem o nome sob sigilo. “No futuro teremos uma torre de controle, é só atingirmos 30 pousos por dia conforme determinação federal”, afirmou Penido

Autor: Gazeta Mercantil