Agronegócio investe cada vez mais em tecnologia

A tecnologia garante produtividade com menor custo. A maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, que acontece em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e virou um termômetro da crise dos alimentos. Os produtores querem investir em maquinário apostando no crescimento do mercado de grãos.

Com a crise dos alimentos, o que se espera do produtor rural é que ele plante. Na Agrishow, máquinas não faltam. O problema é que os preços não são para qualquer bolso. “Eu, no caso, só faço especulação”, conta um senhor.

Entre as novidades, a primeira colhedora de laranjas. As hastes derrubam os frutos sobre o uma esteira que também empaca a colheita no caminhão. A vedete foi cobiçada pelas câmeras de celular, só que custa R$ 1,7 milhão. “Mas é uma máquina bonita. Ela chama a atenção pela imponência dela. O problema é o preço”, explica o produtor rural José Lima Filho.

Para comprar a colhedora de grãos de R$ 850 mil, é preciso ter área. A família do produtor rural Claudio Spartaco Beretta tem 1.500 hectares em Citrolância, em Mato Grosso do Sul. Com o investimento, ele pretende colher quatro mil sacos por dia de soja, milho e arroz. “Estou numa fase boa. Está faltando comida no mundo. Então, eu acho que é a hora de investir no agronegócio”, disse Cláudio.
Crescimento da produção
Nas contas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no ano passado, o Brasil produziu mais milho, cana, soja e trigo, mas produziu menos arroz e feijão, exatamente os itens que estão mais caros no supermercado. Em uma feira como a de Ribeirão Preto, de tecnologia agrícola, o cenário é de possibilidade de crescimento.

Para o presidente da feira, Roberto Rodrigues, a agricultura brasileira pode produzir tanto combustível como alimentos, é só plantar. “Temos este ano a maior safra de grãos da nossa história: 140 milhões de toneladas. E a maior safra de álcool da nossa história: 20 milhões de litros de álcool. Portanto, não há incompatibilidade. No Brasil, tudo cresce junto. O horizonte é muito grande para nós”, defendeu o presidente da feira.

Autor: G1