Moradia popular também tem que ser sustentável

Quando o déficite habitacional ultrapassa 7 milhões de moradias e a concorrência no mercado da construção de médio e alto padrões é grande, o nicho da baixa renda passa a ser o grande filão. Ao mesmo tempo, possíveis altos custos de manutenção exigem que a habitação se adapte melhor às realidades sociais, ambientais e econômicas, com produtos menos poluidores, que possam reduzir o consumo de energia e outros recursos naturais, através de sistemas e materiais mais duráveis e sustentáveis. 

É o que ressalta, com exemplos do Brasil e da Espanha, a pesquisa de Cristina Kanya Caselli, “Sustentabilidade e Real Estate no mercado da baixa renda”, que será apresentada durante o VIII Seminário Internacional da Sociedade Latino-americana de Real Estate (LARES, na sigla em inglês), evento que ocorre de 3 a 5 de setembro, na Escola Politécnica da USP, em São Paulo. 

“Construir para a população de baixa renda não é ter só um baixo custo de obra, mas também oferecer menores gastos com a manutenção”, afirma Cristina. “Pesquisas demonstram que nos primeiros 25 anos de uso de uma construção, 5% se referem aos custos totais vinculados à construção, 5% aos impostos e outros 90% atrelados ao uso – água, energia e manutenção”.

Diante desses dados, fica evidente que sistemas de reuso da água e aproveitamento da energia solar para seu aquecimento, utilização da luz natural e cuidados com conforto térmico, além de drástica redução dos custos com eletricidade, são mais que uma oportunidade de investimento. 

Cristina Caselli destaca que a sustentabilidade na construção civil deve ser viável economicamente – caso contrário, deixa de ser sustentável. A produção de moradias que não agridem o meio ambiente também não pode agredir o bolso de investidores e consumidores, para que se torne uma prática difundida pela iniciativa privada. 

Serviço: O VIII Seminário Internacional da Sociedade Latino-americana de Real Estate contará com apresentações de outros 39 estudos sobre o setor imobiliário.

Os temas vão da sustentabilidade dos empreendimentos ao mercado de ações de empresas de Real Estate, passando por aspectos que envolvem tanto os empreendimentos de base imobiliária (edifícios de escritórios, shopping centers, hotéis, galpões industriais etc.) como o desenvolvimento habitacional e a gestão de edifícios.

 A apresentação da pesquisa de Cristina Kanya Caselli será no dia 3 de setembro, às 15h00. Mais informações e inscrições: www.lares.org.br.

Autor: Assessoria de imprensa