Por José Eduardo W. de A. Cavalcanti – As ações da SABESP frente ao rompimento do interceptor Tietê (ITI-7)

O ITI-7 (Interceptor Tietê 7) se desenvolve pela margem esquerda do Rio Tietê, recebendo os esgotos que afluíam à Estação Elevatória do Tamanduateí (que foi desativada) e da interligação do interceptor ITA-1J (Interceptor Tamanduateí) e CT-Estádio de Baseball (CT Baseball), seguindo até a Estação Elevatória (EEE) de Esgotos Nova Piqueri, a qual tem a finalidade de elevar os esgotos transportados pelo Interceptor do Tietê, efetuando o lançamento dos mesmos na Célula Direita do Interceptor ITI-1 existente que se conecta a Estação de Tratamento de Esgoto Barueri.

Esta obra, a cargo do Consórcio ITI-7 (Telar, Trail, Augusto Veloso) foi concluída em abril de 2020 com uma extensão total de 7.542,80 m ligando a EEE Nova Piqueri a EEE Tamanduateí.

O empreendimento conduz o esgoto gerado na região central do município, em bairros como Bela Vista, Consolação, República, Anhangabaú, Sé e Liberdade, abrangendo também Aclimação, Cambuci e Ipiranga. O conjunto compreende quatro obras principais: o Interceptor Tietê 7 (ITi-7), supertúnel de 7,5 km de extensão, 3,4 m de largura e 2,65 m de altura construído embaixo da Marginal Tietê; a Estação Elevatória de Esgoto Nova Piqueri; o novo Coletor-Tronco Anhangabaú; e o Interceptor Tamanduateí (ITa-1J). Possui uma profundidade média de 17 m.

A estrutura se rompeu em 1º de fevereiro do corrente nas imediações das obras da Linha 6-Laranja do Metrô em São Paulo sem causas ainda plenamente conhecidas (uma perícia está em desenvolvimento pelo IPT).

Em decorrência, a ruptura liberou um fluxo de esgoto que fez ceder parte das pistas da Marginal no sentido Ayrton Senna, na altura da ponte do Piqueri causando derramamento e inundação inclusive no túnel escavado pelo metrô.

Emergencialmente, a Sabesp irá utilizar o interceptor ITI-1 e o coletor-tronco Rio das Pedras para substituir o ITI-7 enquanto é reparado. A vazão de esgotos atual conduzida pelo ITI-7 naquele trecho era de 2240 L/s.

composta pelas contribuições oriundas do CT Baseball (29 L/s), ITa-2 (466 L/s) e ITa1-J (1745 L/s). Este último, localizado à margem esquerda do Tamanduateí, recebe os esgotos do CT Anhangabaú (480 L/s) e CT Ipiranga (650 L/s), dentre outros coletores-tronco da região.

Desconhece-se até o momento o montante de esgotos extravasados em direção aos cursos de água por conta do acidente, uma vez que até o momento a Sabesp não divulgou informações e dados acerca das providências que estão sendo tomadas nem mesmo o impacto ambiental causado. As informações divulgadas pela mídia se referem prioritariamente ao impacto no trânsito das marginais e a apuração das responsabilidades.

Mas o fato é que diante da magnitude deste acidente a existência de uma linha paralela, o Interceptor ITI-1, que se revestiu de “obra de redundância” minorou substancialmente o problema.

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*José Eduardo W. de A. Cavalcanti

É engenheiro consultor, diretor do Departamento de Engenharia da Ambiental do Brasil, diretor da Divisão de Saneamento do Deinfra – Departamento de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), conselheiro do Instituto de Engenharia, e membro da Comissão Editorial da Revista Engenharia

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