Fabricante do carro voador da Embraer, Eve vai abrir capital nos EUA

Transação avalia a Eve em US$ 2,9 bilhões (R$ 16,544 bilhões)

A EVE, empresa ligada à EMBRAER, desenvolve eVOLT capaz de atingir velocidades entre 220km/h e 250km/h. A autonomia é estimada em 100 quilômetros. Divulgação

A Embraer SA acertou a fusão de sua subsidiária produtora de aeronaves elétricas Eve com a SPAC norte-americana Zanite para listagem na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês), disseram as empresas nesta terça-feira (21).

A transação avalia (valor de equity) a Eve em US$ 2,9 bilhões (R$ 16,544 bilhões) e incluirá num primeiro passo a fusão com a empresa de cheque em branco (SPAC) Zanite Acquisition Corp. Depois disso, a Eve receberá um investimento adicional de um grupo que inclui a Embraer, a Zanite, investidores financeiros e parceiros estratégicos como a Azorra Aviation, BAE Systems, Republic Airways, Rolls-Royce e SkyWest Melbourne.

Após os dois investimentos, a Eve, que será listada na NYSE sob o código EVEX, terá uma posição de caixa de US$ 512 milhões (R$ 2,921 bilhões), que será usada para desenvolver seu táxi aéreo elétrico. A empresa já recebeu ordens correspondentes a cerca de US$ 5 bilhões (R$ 28,525 bilhões), cerca de 1.735 aeronaves encomendadas por 17 clientes incluindo empresas de leasing, operadores de helicópteros e empresas de compartilhamento de transporte.

A Embraer permanecerá com uma participação de cerca de 80% na Eve após o investimento adicional. O caixa da Eve deve ser suficiente para cobrir os custos de desenvolvimento da aeronave elétrica até sua certificação, esperada para 2025, disse o presidente-executivo da Embraer, Francisco Gomes Neto, à Reuters.

Gomes Neto espera que a Eve tenha vários locais de produção porque terá que fazer entregas a clientes em vários continentes, mas os locais das fábricas ainda não foram escolhidos. O presidente-executivo projeta uma receita de US$ 4,5 bilhões (R$ 25,672 bilhões) da Eve em 2030, e uma participação de 15% no mercado global de mobilidade urbana aérea.

A fase de produção provavelmente será financiada pela emissão de dívida, afirmou o copresidente-executivo da Eve Jerry DeMuro, ex-presidente da BAE Systems. O outro copresidente-executivo da Eve é Andre Stein, executivo da Embraer por mais de duas décadas.

A Embraer fornecerá infraestrutura para a Eve, incluindo a alocação de engenheiros de acordo com a necessidade dos projetos, locais para teste e simuladores de voo. “Isso permitirá reduzir os custos de produção”, disse DeMuro em entrevista.

Fonte: Folha de S.Paulo