As chuvas em Minas Gerais e o papel da Defesa Civil

Por Marcelo Geraldo Batista - Diretor Regional de Belo Horizonte (MG) do Instituto de Engenharia.

(Foto: Túlio Santos / EM DA PRESS)

Dos 853 municípios existentes em Minas Gerais, 196 decretaram situação de anormalidade relacionada às chuvas ocorridas a partir da segunda quinzena de janeiro. Do total, 58 prefeitos se viram obrigados a decretar ‘situação de emergência’ diante do caos gerado pela fúria da natureza, bem como a ocorrência de 68 óbitos até o momento.

Os dados são da Defesa Civil de Minas Gerais e apontam para o maior volume de chuvas da história do Estado em 200 anos.

Entre os dias 28 e 29 de janeiro, no espaço de apenas três horas, a capital do Estado, Belo Horizonte, recebeu 183 milímetros de chuvas ou 4,6 vezes mais que o patamar de 40 milímetros que é usado como parâmetro – pela Defesa Civil – para iniciar o envio de alertas meteorológicos (por SMS, Instagram, Facebook e canais de TV e rádio) para a população.

(Foto: Rodrigo Rocha/ Divulgação)

Uma das pronta-respostas do sistema de proteção e defesa civil de Minas se apoia no Plano de Emergência Pluviométrica (PEP) 2019/2020, arquitetado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC), em parceria com os municípios e suas estruturas de defesa civil – com suas equipes de resposta, auxílio técnico, orientação e distribuição de ajuda humanitária.

O sistema busca atuar no mapeamento das áreas e atividades de risco, prevenção e alertas à população (em tempo real) e a mitigação de danos. Entre os recursos de ajuda humanitária disponíveis para pronto emprego, estão: cestas básicas, colchões, cobertores, kits de higiene, limpeza e dormitório, barracas, lonas, toalhas, lençóis, telhas e caixas d’água,

Além da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC), todas as ações articuladas na capital mineira passam pelo Comitê de Crise, lotado no Centro Integrado de Operações (COP-BH).

A municipalidade conta, desde 2014, com o apoio do COP-BH, que atua na gestão integrada e inteligente de problemas públicos de segurança, fiscalização, mobilidade, serviços urbanos, defesa civil e emergências, pilares de ação que colocam a capital mineira em direção ao conceito de “SmartCities”.

Hoje, em Belo Horizonte é comum, ao se falar em chuvas, que alguns locais surjam na mente do belo-horizontino, como as avenidas Teresa Cristina, Cristiano Machado, Vilarinho e Prudente de Morais, entre outras.

O impacto das chuvas em BH

Em janeiro passado choveu de 8 a 10 vezes mais em Belo Horizonte que nos mesmos períodos de 2018 e 2019 (veja o quadro):

1.Uma estação meteorológica convencional é composta de vários sensores isolados que registram continuamente os parâmetros meteorológicos (pressão atmosférica, temperatura e umidade relativa do ar, precipitação, radiação solar, direção e velocidade do vento, etc), que são lidos e anotados por um observador a cada intervalo e este os envia a um centro coletor por um meio de comunicação qualquer.

Enquanto isso em São Paulo…

Uma forte chuva atingiu o estado paulista na madrugada de segunda-feira (10), deixando marginais inundadas e dificultando o deslocamento da população.

Todo o volume de água registrado em 24 horas foi o maior para um mês de fevereiro em 37 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).