Visita Técnica à Embraer, por Hiroaki Kokudai

Fomos recebidos pelo sr. Guilherme e pelo eng. Paulo Lourenção que nos levaram a uma sala de apresentação. 

Foram mostrados vários dados sobre a empresa e vídeos, muitos dos quais estão no YouTube. 

A empresa tinha cerca de 19 mil funcionários mas agora está com uns 17.500, por conta da crise, em basicamente três sítios em São José dos Campos, Gavião Peixoto e Botucatu. Faturamento anual é cerca de 6 bi USD. 

Existem dois programas para o desenvolvimento de pessoas que possam trabalhar na Embraer: PEE, que forma mestres junto com o ITA, e o PRE, que preparar, junto coma FATEC de SJC, técnicos e projetistas. 

A empresa foi, várias vezes, escolhida como um ótimo lugar para trabalhar por várias revistas.
Trabalha com coligadas como a ATECH (radar), a SAVIS e a VISIONA (satélites, telecom). 

Os fornecedores são de várias regiões do mundo: 56 dos EUA, 18 do Brasil, 17 da Europa e nove da Ásia. A fabricação de um avião é uma montagem na qual se procuram os melhores fornecedores especializados. A Defesa e a Segurança estão nos EUA. 

Aviões como o ERJ 145, projetados antes da privatização da Embraer, nos idos de 1991 e 1995, já tinham as asas feitas na Espanha, a fuselagem na Bélgica e a cauda no Chile . Montaram cerca de 1224 unidades e se orgulham de ninguém ter morrido nele. 

Interessante que o E 175, foi para um evento na Inglaterra, tendo seus sistemas exaustivamente testado em separado por mais de 1800 horas, mas muito pouco tempo como um avião completo. 

Muitos metais estão sendo trocados por matérias compósitos, mais leves. Por regulamentação internacional, os componentes devem passar em testes duas vezes a vida esperada. Por exemplo, se a expectativa é de 60 mil horas, as peças devem resistir a 120 mil horas. 

Hoje precisam mais de engenheiros que projetem os aviões que sejam fáceis de passarem por manutenção. O dilema no projeto é fazer aviões caros que não quebram ou fazerem os que são fáceis de serem mantidos. O avião deve poder voar mesmo que não esteja 100% OK. 

Jackie Chan é um “garoto propaganda” da empresa. O Phenom 100/300 foi comprado por personalidades como a Claudia Leite e Ivete Sangalo. 

Na aviação executiva, a empresa tem clientes que compram aviões muito caros mas que ficam muito tempo parados, voando, às vezes, só uma vez por semana. 

No segmento de aviação para defesa, há aviões onde o radar especial dele (patrulhamento marítimo) custa duas vezes o avião em si. O Super Tucano foi vendido aos EUA para ser usado no Afeganistão. O segundo KC 390, o maior avião projetado pela empresa, voou este ano. Depende de recursos federais.
No setor de inovações trabalham cerca de 5.900 pessoas em P&D. 

Por outro lado, na área educacional, as escolas em SJC, bancadas pela empresa, têm 960 alunos que estudam em tempo integral, conseguindo ser o 15º nas provas do ENEM e 100% são aprovados nos vestibulares. 

Uso de biocombustíveis em aviação é desenvolvido junto com a FATESP.
O caça AMX foi uma boa cooperação com a Itália para desenvolver as tecnologias do “fly by wire”. 

Depois visitamos o hangar F 300 onde ficam os aviões aguardando entregas. Em outro hangar vimos que a cada dois dias deve sair um avião montado (isso se chama Takt Time) e o tempo de ciclo é de oito dias. Vimos como tudo é muito organizado e obedece a um ritmo. 

Observação:
Site da Embraer: http://www.embraer.com.br
Vários vídeos sobre a Embraer estão no You Tube (https://www.youtube.com/user/Embraer ) .

Autor: Hiroaki Kokudai, consultor Lean Sistema Toyota de Produção e associado ao Instituto de Engenharia