José Roberto Castilho Piqueira toma posse como novo diretor da Poli

O novo diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), José Roberto Castilho Piqueira, tomou posse do cargo na última quinta-feira (13/3). A cerimônia foi realizada no Auditório Professor Francisco Romeu Landi, nas dependências da Poli, na Cidade Universitária, em São Paulo.

Em seu discurso de posse, Piqueira declarou-se honrado por ter sido escolhido para dirigir a tradicional escola, fundada em 1893 e incorporada à USP em 1934. “É uma honra assumir por quatro anos essa cadeira que já pertenceu a nomes como Paula Souza e Ramos de Azevedo”, disse o novo diretor diante do auditório lotado.

O professor destacou, no entanto, que o mérito deve ser dividido com toda a comunidade politécnica. “Acredito ter sido escolhido em virtude dos trabalhos que realizei até hoje. E eles não teriam sido possíveis sem cada um dos professores, funcionários e alunos. Por isso, estendo a todos os cumprimentos que estou recebendo”, afirmou.

Em seguida, Piqueira destacou os desafios que enfrentará em sua gestão. “Todos que passaram pela diretoria da Poli tinham sonhos e sabiam que enfrentariam desafios. Comigo não é diferente e o maior desses desafios consistirá em consolidar a nova estrutura curricular”, disse o diretor. Piqueira elogiou o projeto de reestruturação curricular, que preza pela inovação. “É um projeto primoroso, mas sabemos que não será trivial realizá-lo”, declarou.

Segundo Piqueira, um desafio importante consistirá em consolidar o curso de Engenharia do Petróleo, para o qual está sendo construído um novo campus da USP na cidade de Santos (SP). “Trouxemos professores que aderiram ao projeto fortemente e formamos grupo coeso na área de Petróleo e Gás. O que falta agora é a infraestruturta adequada, que esperamos conseguir em breve”, disse.

Outro desafio, ainda de acordo com Piqueira, é a implantação definitiva do curso de Engenharia da Computação na USP Leste, criado em 2013. “Estou convicto de que concluiremos esse trabalho. Para isso, precisaremos conseguir as vagas de docentes necessárias”.

Investir na pós-graduação e na parceria com o setor privado também foram desafios destacados pelo diretor. “Quando vamos a congressos, sentimos o enorme respeito pelo trabalho de pesquisa da Poli. Todos reconhecem o alto nível dos egressos da nossa escola. Temos o desafio de colocar a pós-graduação no mesmo patamar e de provar que projetos acadêmicos e empresas podem andar juntos”, disse.

Piqueira lembrou que será importante consolidar a pesquisa em áreas nas quais a Poli já tem excelência, mas que também será fundamental aprofundar os estudos em áreas novas, como nanotecnologia, engenharia nuclear, engenharia ambiental. “Trabalharei para que cada vez mais sejamos uma escola capaz de abarcar diferentes técnicas e de estabelecer parcerias com outras instituições, contribuindo para o avanço do país”, declarou.

O reitor da USP, Marco Antonio Zago desejou a Piqueira um trabalho profícuo e garantiu que a Poli encontrará na Reitoria todo apoio necessário para continuar seu desenvolvimento. “Esta universidade foi construída sobre firmes alicerces. Os politécnicos podem se orgulhar por fazer parte desses alicerces. A Poli trouxe à universidade um padrão de formação de profissionais que muito nos honra”, afirmou Zago. “O professor Piqueira terá a missão de ser um dos líderes da maior universidade pública brasileira, que é a de maior destaque e relevância em todo o contexto iberoamericano”, disse.

Zago afirmou que a reitoria está disposta a repensar a carreira docente, a fim de fortalecer a pesquisa e o ensino na universidade, privilegiando a atividade fim da universidade – em especial na graduação. “A Universidade viverá bem se essas duas atividades essenciais – pesquisa e ensino – forem reconhecidas de modo adequado”, declarou o reitor. Segundo ele, algumas das prioridades consistirão em reduzir a evasão, fortalecer o treinamento de docentes e facilitar a implantação de mudanças curriculares que permitam mais flexibilidade.

O professor Piqueira se formou em Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) em 1974, onde também obteve o título de mestre em 1983. Na Poli, obteve os títulos de doutor em Engenharia Elétrica (1987) e Livro-Docente em Controle de Automação (1995).

Seu campo de interesse tem sido a engenharia de controle e de sistemas dinâmicos. As linhas de pesquisa por ele desenvolvidas estão centradas em temas como a teoria de bifurcações, sincronismo de osciladores e modelos matemáticos. No setor industrial, trabalhou em vários projetos ligados à comunicação de dados para várias empresas e órgãos governamentais, assessorando também entidades de fomento à pesquisa.

Na USP, Piqueira participou da Comissão Permanente de Avaliação, da Comissão Especial de Regimes de Trabalho e da Comissão de Avaliação Setorial de Engenharia Elétrica e Biomédica.

Piqueira foi presidente da Sociedade Brasileira de Automática e atualmente dirige os Laboratórios de Sincronismo e de Modelos Computacionais para Engenharia Nuclear, ambos implantados com recursos da FAPESP. Ele participa, ainda, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Complexos (CNPq).

Autor: Assesoria de Imprensa